- Polícia
- 30 de maio de 2020
OAB suspende advogados investigados pela soltura de presos com atestados falsos; três são de Gravataí
A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB/RS) decidiu, em uma nova decisão, suspender quatro advogados que são investigados pela Polícia Civil e o Ministério Público (MP) em denúncias envolvendo o uso de atestados e laudos médicos falsos para a soltura de presos durante a pandemia de coronavírus no RS. O esquema teria sido relevado e chegou às autoridades após o vazamento de conversas entre os profissionais e seus clientes.
Além dos quatro advogados, três deles com inscrição em Gravataí, um quinto já havia sido afastado e está preso. Ele foi alvo da Operação Avocat, no dia 16 de abril, quando policiais civis da 2ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção (Decor) cumpriram mandados judiciais em Gravataí e Cachoeirinha.
No dia 21 deste mês, um outro capítulo da história. Uma operação do Ministério Público (MP), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão também em endereços ligados à advogados e em escritórios na região metropolitana e litoral.
Entre os quatro está A.C.N, que já havia sido afastado, mas teve sua suspensão levantada, podendo retornar ao exercício. Na nova decisão, assinada pelo presidente da Ordem gaúcha, Ricardo Breier, A.C.N voltou a ser suspenso, juntamente com seus colegas A.G.A.B., L.M.S. e R.B.D.C, que ficam proibidos de exercer a profissão até o término das investigações.
Ainda segundo a nota pública, Breier decidiu pelo afastamento também por conta da “gravidade e ampla repercussão, pública e negativa, dos fatos imputados aos profissionais em questão”, e reforçou o compromisso da instituição com a ética na advocacia.
“É fundamental a entidade coibir atos ímprobos, pois os advogados devem dar o exemplo em sua atuação profissional. Volto a frisar: a Ordem gaúcha corta na carne sempre que necessário. Nossa instituição não tolera a falta de ética na advocacia”, disse o presidente da Ordem gaúcha, Ricardo Breier.
Por que as iniciais nos nomes dos investigados?
O Giro de Gravataí teve acesso à decisão com o nome completo dos profissionais, entretanto, sem o contato com os advogados de defesa, decidimos seguir a orientação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e noticiar com as iniciais. A reportagem busca contato com as defesas para uma segunda matéria.