- Especial
- 12 de dezembro de 2022
“O Manoel não tem envolvimento nessas acusações”, diz advogado de defesa de ex-vereador
Ex-vereador de Cachoeirinha, Manoel D’Ávila foi um dos presos na manhã desta segunda-feira (12) durante uma operação da Polícia Civil, que tinha o objetivo de desarticular um esquema milionário de compra de drogas por atacado. Segundo a investigação da polícia, foi criado um ‘consórcio’ para tornar o negócio ainda mais lucrativo.
Em resposta encaminhada ao Giro de Gravataí, o advogado de defesa, Antenor Colombo Neto, reforça que desde o início do processo, tem deixado claro que o ex-vereador não tem envolvimento algum com o esquema de tráfico. Segundo ele, quem estava fazendo as movimentações diretamente do sítio era o caseiro que cuidava do lote. Confira na íntegra a resposta da defesa:
“Inicialmente , as notícias que tivemos é que seria uma operação sobre pessoas que, de alguma forma, estariam servindo como laranjas pra aluguel de espaço para transporte de drogas e distribuição.
Vamos verificar se é essa a investigação que paira, mas se for esse ponto que nós estamos indo buscar detalhes, desde a primeira vez que envolveram o ex-vereador Manoel com drogas lá em Cachoeirinha, que o envolveram com fatos criminosos, nós demonstramos ao longo do processo, com várias provas produzidas, de que existia um caseiro, na época, que cuidava do sítio e dormia lá e que já havia desconfiança do Manoel com relação a ele pela forma como as coisas estavam procedendo no sítio, porque esse caseiro permitia a entrada de caminhões à noite e, em razão disso, foi colocado um segundo caseiro, justamente para cuidar as ações do primeiro que recebia dinheiro de pessoas na madrugada.
Desde o início, nós apontamos a pessoa responsável pelo sítio, sempre apontamos quem é que teve qualquer tipo de negociação, inclusive financeira, com pessoas de caminhões que entravam e saíam do sítio. Inclusive, a defesa colocou aberta toda a vida financeira de Manoel, que estava devendo no banco, devendo o financiamento do carro e nunca ganhou nenhum real de nenhuma fonte que não fosse lícita de seu trabalho como vereador no Município de Cachoeirinha.
Então fizemos essa pergunta ao Ministério Público ao longo do processo e não tivemos nenhuma resposta: O que ele ganhava? Como ele ganhava? Se ele tinha ciência, pois se ele estava servindo de laranja como é que ele se movimentava?
O que podemos deixar bem claro, bem certo, é que o Manoel não tem envolvimento nessas acusações, desde o início nunca foi comprovado qualquer valor que ele tenha ganho pra isso e a defesa sempre, desde o início, deixou claro quem era a pessoa que cuidava do sítio responsável por receber caminhões e esta nunca foi investigada pelo Denarc ou por qualquer órgão que tenha responsabilidade de averiguar essa informação.
Fato é que Manoel só foi envolvido nesta situação porque é uma pessoa conhecida no Município, era vereador. Dá repercussão a prisão dele, o envolvimento dele. Manoel não tinha gerência sobre o sítio, haviam outras pessoas lá que não foram investigadas ou colocadas no processo como rés, sendo que tal fato sempre foi informado ao Ministério Público e a Polícia, sendo Manoel inocente destas acusações.“