- Polícia
- 30 de setembro de 2019
Motorista de aplicativo preso por estupro em Gravataí já responde pelo mesmo crime
Uma jovem precisa ir ao Centro de Gravataí e solicita no aplicativo 99POP uma corrida. Minutos depois encosta o veículo apontado pelo aplicativo. A jovem embarca no carro e segue para o destino que havia registrado. Durante a corrida, o motorista começa a elogiar a passageira e a propõe uma renda extra para uma sessão de fotos que seriam utilizadas em campanhas publicitárias de uma revista. Aceitando ou não, o condutor sai da rota, leva a passageira para um motel, e sem o consentimento, força a vítima a manter relações sexuais.
Esse foi o resumo da dinâmica empregada pelo motorista de aplicativo de 46 anos, preso preventivamente nesta última sexta-feira (27), acusado de estuprar uma passageira de 18 anos durante uma corrida. Conforme a investigação, o caso veio à tona após a jovem registrar uma ocorrência dos momentos de aflição que passou nas mãos do acusado. O caso teria ocorrido no dia primeiro de agosto, e desde então, policiais civis da Delegacia da Mulher de Gravataí vinham investigando o acusado.
Preso pelo mesmo crime em 2017
O suspeito já responde pelo mesmo crime em 2017, também ocorrido em Gravataí. De acordo com o delegado Eduardo do Amaral, titular da Delegacia de Homicídios, mas que responde também pela Delegacia da Mulher, na época ele não era motorista de aplicativos, mas teria praticado o estupro no mesmo ‘modus operandi’.
“Conforme o inquérito de 2017, ele atraiu a vítima com a falsa proposta de fotos para uma campanha, depois levou para um motel e a estuprou. Ele foi preso, mas foi solto pela justiça e responde pelo crime em liberdade. Desta vez foi preso preventivamente. O inquérito foi remetido e ele deve permanecer preso até sair a condenação de um dos crimes”, contou Amaral.
Informalmente, o suspeito confessou os atos sexuais, mas negou ter sido feito sem o consentimento das vítimas. Se condenado pelos dois crimes, sua pena pode chegar à 20 anos de reclusão. A reportagem do Giro de Gravataí questionou a empresa 99 sobre o cadastro do motorista. Em nota, a empresa respondeu.
Nota
A 99 lamenta profundamente e informa que recebeu de uma passageira a grave denúncia envolvendo um motorista da plataforma. De acordo com ela, o caso ocorreu no dia 1 de agosto de 2019, em Gravataí (RS).
Segundo o relato, a vítima solicitou uma primeira corrida pela 99, que foi realizada normalmente. Depois disso, um novo percurso teria sido feito com o mesmo condutor, sem o intermédio do aplicativo. A empresa identificou a primeira corrida, mas não tem registro do segundo percurso.
Após o recebimento da denúncia, o motorista foi bloqueado imediatamente da plataforma.
A 99 se solidariza com a vítima e fez contato com a família para prestar apoio. A empresa está disponível para colaborar com as investigações da polícia.
Em relação aos antecedentes criminais, a 99 esclarece que analisa o histórico público dos motoristas a partir de documentos como CPF, CNH e licenciamento. Por meio destes documentos, consultamos antecedentes no momento do cadastro ao verificar mais de 40 fontes públicas, como Banco Nacional de Mandado de prisão, Receita Federal e o Tribunal de Justiça dos municípios. Isso significa que a própria 99 faz o levantamento com base nos bancos de dados públicos disponíveis.