Moradores da região sul são os que menos relacionam o consumo de carne bovina com o desmatamento da Amazônia

Moradores da região sul são os que menos relacionam o consumo de carne bovina com o desmatamento da Amazônia
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Foto: Ascom/Adepará

Instituto Cidades Sustentáveis: O Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o IPEC — Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, divulga nesta sexta-feira (27) os resultados da Pesquisa Cidades Sustentáveis: Meio Ambiente e Consumo. O levantamento inédito ouviu moradores de cidades das cinco regiões brasileiras sobre o impacto dos problemas ambientais em seu cotidiano e ainda sobre em que medida seus hábitos de consumo interferem no desmatamento da Amazônia.

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Apenas 42% dos entrevistados dos estados da Região Sul acreditam que o desmatamento da Amazônia é muito influenciado pela atividade econômica das cidades que ficam longe dessa região e pelo hábito de consumo das pessoas que nelas vivem; percentual que chega aos 50% no total da amostra brasileira

Quanto aos maiores problemas ambientais, os moradores da Região Sul apontam o sistema de coleta e tratamento de esgoto, e a poluição dos rios e mares, ambos com 25%; seguidos do abastecimento de água (acesso à água/ qualidade da água) e a falta de coleta seletiva de lixo, ou lixo reciclável, ambos com 20%.

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A pesquisa evidencia diferenças na percepção das pessoas em relação ao tema, dependendo da região do país em que a cidade está localizada. Os moradores de municípios das regiões Norte e Centro-Oeste, por exemplo, têm uma preocupação maior com o desmatamento em comparação com os habitantes de outras áreas do Brasil.

A alternativa (desmatamento) foi considerada uma das principais preocupações ambientais para 20% dos pesquisados dessas duas regiões, que atualmente sofrem mais intensamente o problema. O índice é muito superior ao registrado no Sul (14%), Sudeste (12%) e Nordeste (10%).

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Hábitos de consumo e desmatamento

A pesquisa revela ainda uma contradição bastante interessante. Embora metade dos brasileiros (50% dos pesquisados) avalie que o desmatamento da Amazônia é “muito influenciado” pela atividade econômica das cidades que ficam longe dessa região e pelo hábito de consumo das pessoas que nelas vivem, o percentual que relaciona o problema ambiental com o seu próprio consumo é bem menor.

Apenas 25% dos pesquisados reconhecem que seu hábito de consumir carne bovina está “muito relacionado” com o desmatamento da Amazônia.

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Nas cidades da região Sul do país o percentual dos que consideram o próprio consumo de carne bovina algo “muito relacionado” com o desmatamento da Amazônia é menor ainda: 20% dos pesquisados. Por outro lado, 74% avaliam que seu hábito está “um pouco” ou “nada” relacionado com a derrubada da floresta.

Já em relação ao hábito de consumir “produtos derivados da madeira”, mais da metade da população têm dificuldade de fazer a relação direta com o desmatamento da Amazônia (41%), enquanto no Sul o índice cai para 36%.

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Sobre a pesquisa

Promovida pelo Instituto Cidades Sustentáveis — organização responsável pelo Programa Cidades Sustentáveis e Rede Nossa São Paulo — e realizada pelo IPEC — Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, a Pesquisa Nacional: Meio Ambiente contempla 2.000 entrevistas em 128 municípios, entre os dias 1 e 5 de abril de 2022.

Foram entrevistados integrantes da população brasileira, de 16 anos ou mais, e a margem de erro do levantamento é de 2 (dois) pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança estimado e de 95%.

Confira aqui os dados completos da Pesquisa Nacional: Meio Ambiente.

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Crescimento do rebanho bovino na Amazônia

O que talvez muitos pesquisados não saibam é que, desde a década de 1970, o rebanho bovino cresceu mais de 980% nos municípios localizados na Amazônia Legal, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Comparativamente, nas cidades brasileiras localizadas em outras regiões, o aumento registrado foi de 49%.

De acordo com o instituto, em 1974, o número de cabeças de gado na Amazônia Legal era de 8,5 milhões, o que representava menos de 10% do rebanho nacional. A quantidade saltou para 93 milhões em 2020, ou seja, quase 43% dos bovinos existentes no país, que somavam 218 milhões.

A cidade líder do ranking no Brasil, São Félix do Xingu, no Pará, ganhou mais 2,7 milhões de bois apenas em 2020, um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. Não por coincidência, a cidade também é líder nacional em emissões de carbono e está no topo dos municípios que mais desmatam no país.

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