Lutadora de Gravataí é a única do RS com certificação criada em prol dos direitos das mulheres no jiu-jítsu

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Há cerca de três anos era criada, pela atleta Luciana Neder, a Comissão de Direitos das Mulheres no Jiu-jítsu (CDMJJ), com o propósito de representar os interesses e atuar em prol do respeito e valorização da categoria. A ONG é a promotora do Selo Women Friendly, concedido a lutadoras que, por meio de sua dedicação ao esporte, garantem a qualidade de atendimento a meninas e mulheres ao oferecer um ambiente acolhedor, amigável e seguro. Uma atleta de Gravataí é a única no Rio Grande do Sul, até então, com essa certificação.

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Juliana Feijó de Souza, da Equipe OverMatch Gravataí, obteve o selo em sua primeira edição, em 2021, quando foram aprovadas 20 pessoas em todo o Brasil. Em breve, renovará a certificação, cuja avaliação exige envio de certidão negativa de antecedentes criminais e, em caso de aprovação, uma capacitação de 20h. “É uma certificação que ajuda as mulheres na prática do jiu-jítsu, exala a confiança. Acredito que em um mundo com grande índice de violência, nós, mulheres, estamos à procura de ambientes que estejam preparados a nos receber da melhor forma possível”, destaca a atleta faixa roxa.

Segundo a gravataiense, nessa modalidade ainda falta uma metodologia de iniciação esportiva da mulher. “Ainda é muito forte o cenário de desistência feminina dentro de um esporte como o jiu-jítsu. Na OverMatch, sempre focamos em entender esse cenário dentro desta realidade. Procuramos desenvolver um ambiente acolhedor, uma boa recepção ao esporte com o respeito dentro e fora do tatame”, afirma.

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A lutadora aponta que, entre as mulheres que praticam jiu-jítsu, infelizmente, há vários casos de vítimas de abuso/violência. Em sua opinião, uma academia que ofereça apoio, condições para que a mulher se sinta segura, encoraja a denúncia. “O grande laço familiar que a arte suave nos traz, muitas vezes, acaba nos aproximando de pessoas que sentem confiança em falar sobre assuntos que as afligem há anos”, frisa. Por essa razão, a OverMatch abraçou a causa e a integrante buscou o Selo Women Friendly.

Juliana compartilha dados que evidenciam o engajamento da CDMJJ desde a sua fundação: mais de 115 denúncias realizadas, sendo que sete casos resultaram na condenação do criminoso e 42 estão em juízo. Deste total, 66 vítimas não quiseram fazer a denúncia.

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A força feminina

A integrante da Equipe OverMatch Gravataí foi a primeira menina da academia a participar de competições. “Quando comecei, com o professor Eduardo Kulmann, eu só tinha uma colega de treino e seis colegas homens. Logo, ela saiu e acabei ficando sozinha, treinando com homens por um longo período! Passaram-se seis anos e hoje somos mais de 115 alunos, sendo que 33 são mulheres. Uma conquista e tanto!”, celebra Juliana, que foi campeã do Open Rio e de São Paulo.

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Inscrições para a certificação

O novo edital para o Selo Women Friendly foi publicado no dia 15 de novembro. Para acessá-lo, clique aqui ou confira o @cdmjj no Instagram.

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Fotos: Divulgação

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