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- 15 de fevereiro de 2023
Lembra delas? Listas telefônicas fizeram história até os anos 2000
Em uma época em que a internet era praticamente desconhecida ou muito distante da maioria das pessoas, achar alguém em outro bairro ou até mesmo o telefone de um comércio em outra região era uma tarefa impossível. Além disso, o único recurso de comunicação era o telefone fixo.
A solução eram aqueles livros volumosos, de páginas amarelas com centenas de milhares de números miúdos e enunciados de empresas. Estas eram as chamadas ‘listas telefônicas’. Quase como um item obrigatório, não existiam residências nos anos 90 que não tivessem o guia em uma mesa ou estante. Normalmente estavam próximas do telefone.
O item era tão utilizado que empresas de móveis faziam mobiliários para os telefones fixos com suportes para as listas telefônicas. Igualmente como os suportes para CDs nas estantes.
O contato da locadora do fim da avenida ou até mesmo o telefone da empresa de controle de pragas. O telefone do homem que consertava geladeira ao contato da loja de eletroeletrônicos. Tudo passava por ela. Com uma grande inserção na vida dos gaúchos, ela também se tornou um lucrativo negócio de anúncios, nos quais as empresas compravam os espaços disponíveis nas folhas.
Segundo apuração do jornalista Leandro Staudt, no RS, a Listel foi, por muitos anos, a fornecedora das listas no RS. Em 1986, após vencer concorrência, começou a produzir as listas da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Antes dividido em quatro regiões, o Estado passou a ter 12 listas diferentes.
A CRT fazia concursos com artistas gaúchos para escolher as imagens das capas. Na década de 1950, a Companhia Telefônica Nacional anunciava nos jornais a chegada das listas atualizadas, que eram distribuídas mediante a devolução das antigas.
A empresa pedia aos clientes para buscarem os números dos telefones na publicação, evitando sobrecarregar o serviço telefônico pelo número zero, que deveria ficar apenas para conferência nas ligações interurbanas.
Com a chegada dos celulares, no início dos anos 2000, eles passaram a perder seu prestígio como detentoras fidedignas da informação. Com o avanço da internet e a criação de catálogos virtuais ou até mesmo endereços eletrônicos das empresas elas pararam de ser produzidas.
No Brasil
As primeiras listas no mundo surgiram ainda no século 19, nos primórdios da telefonia. A Companhia Telephonica do Brazil publicou em 21 de agosto de 1881, no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, aquela que é considerada a primeira lista do país. A relação, que não ocupou metade da página, trouxe os primeiros assinantes comerciais, com nome, endereço e o número de até três dígitos.