- Geral
- 24 de maio de 2021
Jenyfer Freitas | Abuso de álcool e outras drogas durante a pandemia
Com a chegada da pandemia no Brasil em fevereiro de 2020, foi inevitável e inúmeros os decretos de fechamento de casas noturnas, pub’s, bares e etc. Devido ao ocorrido, a alternativa para fugir da pressão do isolamento social foi levar o barzinho até a casa. Entretanto, é evidente que as vendas online de bebidas alcoólicas tiveram um aumento, atingindo 93,9% durante a quarentena, dados ainda mais preocupantes quando refletimos sobre os riscos que o isolamento social, por si só, já nos oferece.
Pesquisas distintas realizadas pelo Ministério da Saúde afirmam que a ansiedade é o transtorno mais presente durante a pandemia de covid-19. Além desta, foi constatada a presença moderada de transtorno pós-traumático. E por outro lado, especialistas falam também sobre um novo transtorno, chamado de coronofobia, o qual trata-se de uma fobia em detrimento a situações desencadeadas pela pandemia.
O álcool por sua vez, tem como uma das principais características o efeito anestésico, o qual torna a ingestão de bebidas alcoólicas ainda mais atrativas neste período. E apesar de poucas doses proporcionarem a sensação de relaxamento, beber não é uma boa estratégia para lidar com a ansiedade, e pode ser um sinal de alerta. Seu consumo abusivo é um fator significativo no que diz respeito aos sintomas de ansiedade, podendo agravar e gerar um ciclo perigoso: dependência. É importante salientar que o consumo exacerbado e crônico de álcool prejudica o sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável a contração de doenças, inclusive infecciosas, como é o caso da covid-19.
Os cuidados com a saúde mental devem ser levados a sério e, faz-se cada vez mais necessário que aprendamos a olhar para nós mesmos com mais respeito e empatia. Ouso em dizer que esse cuidado não deve ser apenas por estarmos vivendo uma pandemia global, mas também por não sermos as máquinas que muitos ainda querem que acreditemos que somos. Sua vida importa! Você é importante! Não apenas para seus familiares e amigos, mas em primeiro lugar você importa e é importante para você mesmo!
Crie uma rede de apoio segura, com vínculos afetivos, compartilhe de suas felicidades e frustrações, e não esqueça de procurar um profissional qualificado para lhe ajudar com suas demandas emocionais.
Jenyfer Freitas
Psicóloga |CRP 07/34700