- Esporte
- 14 de fevereiro de 2020
Giovani de Oliveira | Quem é o favorito para o GreNal? E por que é o Grêmio?
Neste momento, muitos leitores colorados devem estar me xingando. Eu entendo, contudo, quero deixar claro que não estou dizendo que o Grêmio vai vencer o clássico, ou que o Inter é proibido de sair vitorioso. Digo, apenas, que, antes da bola rolar, vejo o lado azul chegando ao GreNal com um pouco mais de condições de conquistar a vaga do que os vermelhos.
Me parece que, novamente, teremos um clássico muito parelho, e vejo os dois com aspectos importantes para terem confiança. O Inter tem a seu favor o fato de não ter conhecido derrota este ano, jogar diante de sua torcida – e o Beira-Rio costuma ser decisivo, além de encontrar um adversário carente de sua zaga titular – e como Geromel e Kannemann fazem falta ao time de Renato.
Contudo, as vantagens do tricolores para o confronto são muito importantes. Enquanto o Colorado segue com um olho no gato e outro no peixe, ou seja, joga o Gauchão, preocupado com a fase preliminar da Libertadores, o Grêmio, neste momento tem foco total no regional. Se na Zona Sul de Porto Alegre, terça-feira passada foi um dia de decisão, na Zona Norte, foi mais um dia de treino para o GreNal.
Outro fator importante para acreditar que o Grêmio chega melhor para o clássico é o sistema de jogo. Não estou dizendo aqui que o esquema de Renato é, necessariamente, mais eficiente que o de Eduardo Coudet. Mas o treinador gaúcho chegou em 2016 e seu time já tem a sua cara. “Ah, mas perdeu para o Aimoré”. É verdade, e jogou muito mal, mas o rendimento em clássicos costuma crescer, para as duas equipes.
Já o técnico argentino está promovendo uma revolução na forma de jogar do Internacional. Uma mudança muito importante sobre cultura de futebol, na qual eu acredito muito. Mas ainda é cedo, e seus atletas ainda estão assimilando. Vejam o exemplo do Rodrigo Lindoso. O volante fez uma bela temporada em 2019, mas no novo esquema ainda está perdido.
D’Alessandro é outro exemplo, um craque, capaz de decidir partidas em um lance. O capitão colorado foi transformado por Coudet em segundo atacante, mas até agora, ainda está se adaptando. Em diversos momentos, a sua alma de meia fala mais alto e lá está ele, pedindo bola no meio para iniciar as jogadas. Enfim, o Inter de Coudet ainda não está pronto.
Me agrada o esquema com os laterais apoiando no ataque, mas em um sistema que ainda não está consolidado, o Inter corre sérios riscos com Everton e Alisson jogando nas costas de Rudinei e Moisés. Do outro lado, Guerrero pode ser o diferencial contra a dupla de zagueiros reservas do Grêmio, mas, este ano, o camisa 9 colorado ainda se ressente muito da falta de ritmo.
Independente do favorito, pelo estilo de jogo, podemos ter um GreNal bastante aberto, como poucas vezes assistimos. E o melhor, é apenas o primeiro de um ano que tem quatro GreNais já confirmados, mas que pode terminar com a incrível soma de 13 clássicos disputados.