- Esporte
- 6 de dezembro de 2019
Giovani de Oliveira | Inter na Libertadores 2020, mais sorte do que juízo
A rodada de número 37 do Campeonato Brasileiro foi a síntese do Inter após a perda da Copa do Brasil, um time com mais sorte do que juízo. O Colorado enfrentou o São Paulo fora de casa, e embora o time do Morumbi seja um dos gigantes do país, como o próprio Internacional, em 2019, os paulistas abusaram da sorte e jogaram muito pouco. O problema é que os gaúchos também.
Ao longo do Brasileirão, os dois times, junto com o Corinthians pareceram fazer um esforço para não disputar a Copa Libertadores da América de 2020. Mas no confronto direto, o tricolor paulista levou a melhor ou o Colorado conseguiu ser pior.
Sequência de erros em São Paulo
Zé Ricardo escalou. Patrick não vinha bem, deu lugar a Nonato, que era pedido pela torcida. Neílton, vinha mostrando um bom futebol pelo meio, o treinador então resolveu que seu lugar seria pelo lado. D’Alessandro, o mais lúcido daqueles que vestem vermelho, não retornou ao time titular. Zé explicou que queria o meia como alternativa para mudar o panorama do jogo, colocou o argentino quando seu time já perdia por 2×0.
D’Ale entrou e fez uma bela jogada individual para dar início ao que seria o gol colorado, mas colocar um jogador de 38 anos para resolver quando o adversário tem dois gols de vantagem, fora de casa, é um pouco demais. É acreditar demais na sorte. Resultado: derrota, que garantiu o São Paulo na fase de grupos da Libertadores do ano que vem e deixou o Inter estacionado com 54 pontos. Para piorar, o Corinthians, que jogou mais cedo, venceu o Ceará em Fortaleza e chegou aos 56 pontos.
Sorte nos resultados paralelos
O Colorado terminou a quarta-feira em oitavo e com a vaga na pré-Libertadores em risco, estando na alça de mira do Goiás e do Fortaleza, dois times que estavam mortos na competição, mas ressuscitaram no Beira-Rio. Os cearenses jogaram no mesmo horário que o Internacional. Foram ao Rio de Janeiro, e na cidade maravilhosa, em um jogo não tão maravilhoso, ficaram no 0x0 com um Fluminense que de maravilhoso não tem nada. Se no Morumbi, o time de Zé Ricardo não se ajudou, na cidade abençoada pelo Cristo de braços abertos, a sorte favoreceu.
Restava apenas o Goiás, que jogaria no dia seguinte, em também em São Paulo, contra um Palmeiras com treinador interino e que parece desejar apenas que 2019 acabe logo. Quem balançou as redes primeiro foram os goianos, mas o árbitro viu falta do ex-colorado Rafael Moura no início da jogada e anulou. Depois, o também ex-colorado, Lucas Lima deu um belo passe para Zé Rafael abrir o placar. O primeiro dos cinco gols que dariam a vaga ao Inter. Em determinado momento, o narrador chegou a gritar: “Gol do Palmeiras, gol do Inter”. Com a goleada palmeirense, o Goiás ficou nos 49 pontos e não pode alcançar o Inter na última rodada.
Mudança precisa ser rápida
Com a vaga conquistada aos trancos e barrancos, o Inter precisa correr para que a Libertadores 2020 não acabe antes mesmo da fase de grupos. O time, que provavelmente será comandado pelo argentino Eduardo Coudet, vai estrear na pré-Libertadores entre os dias 4 e 6 de fevereiro. A partida de volta será entre 11 e 13, na semana seguinte. Passando de fase, mais dois confrontos, nas duas últimas semanas de fevereiro vão decidir a vida colorada.
Com isso, o novo técnico colorado terá que correr. Em menos de um mês o seu grupo voltará de férias, fará uma pré-temporada, tendo que recuperar a forma física depois das férias e das festas de fim de ano, e precisará assimilar a filosofia de jogo do novo treinador. Reforços que possivelmente cheguem, precisarão se adaptar rapidamente. O Inter corre contra o tempo.
Se em 2019, a sorte ajudou mais do que a competência, em 2020 o trabalho terá que ser rápido e eficiente para que fevereiro não transforme o ano colorado em uma longa quarta-feira de cinzas.