- Especial
- 17 de setembro de 2021
Filme conta histórias e lendas que cercam o Morro Itacolomi em Gravataí
Símbolo de Gravataí, o Morro Itacolomi ganhará um filme sobre suas histórias e lendas. O curta-metragem Pedra Menina foi contemplado pela Lei Aldir Blanc do município e estreia em outubro. Com direção coletiva de Camila Tauchen, Ketelyn Scrittori e Giuliana Heberle, o projeto busca fortalecer a relação dos moradores de Gravataí com o morro representado em seu brasão, fazendo ecoar o conhecimento popular sobre o Itacolomi e registrando de forma perene a memória da cidade. O título do filme foi inspirado no próprio Morro: Itacolomi significa “menino de pedra” em tupi-guarani.
Na narrativa, uma protagonista explora o Morro Itacolomi, instigada pelos mistérios que rondam o lugar. Lá, as lendas contadas pelos moradores da região ganham vida e movimento a partir de três personagens interpretados por uma atriz e performer. Segundo essas histórias, o casarão situado no topo do morro teria sido construído na época da Segunda Guerra Mundial por dois alemães fugitivos. Com a descoberta do esconderijo, o local supostamente teria se transformado em um bordel e, após, teria sido comprado por um médico. Entendendo as lendas como narrativas fantásticas que intensificam fatos históricos, Pedra Menina deixa a pergunta: qual o limiar entre o que realmente aconteceu e o que circula entre as gerações de moradores da região?
Além de preservar a memória da cidade, o curta-metragem também tem um propósito fundamental: sensibilizar a população sobre a importância ambiental do Morro Itacolomi. Trata-se de um dos raros pontos do Rio Grande do Sul onde ainda é possível encontrar Mata Atlântica, considerada o bioma mais ameaçado do país, com apenas 12% da vegetação original conservada.
No Itacolomi, a Mata Atlântica constitui a vegetação predominante. O Morro abriga ainda cinco cursos d’água, afluentes das sub-bacias do Rio Gravataí e do Rio dos Sinos. Já a fauna da área é constituída por mais de uma centena de espécies – entre aves, répteis e mamíferos. O Instituto CAAPORA – Cultivar, Preservar e Regenerar a Natureza, fundado pelas proprietárias de 157 dos mais de 300 hectares do Morro Itacolomi, estuda a possibilidade de transformar a área delas em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Tal categorização facilitaria a organização de atividades como proteção de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas científicas e manutenção ecológica das Áreas de Preservação Permanente (APP).
Ao longo das próximas semanas, o público poderá acompanhar no Instagram @filme_pedramenina os bastidores da produção do curta-metragem, além de informações sobre o contexto atual do Morro Itacolomi. Para garantir a acessibilidade do conteúdo, todo material divulgado na página terá legendagem audiovisual com o uso das hashtags #Acessibilidade #PraCegoVer e #PraTodosVerem.
De acordo com Débora Sander, assessora de imprensa da produção, o filme está sendo desenvolvido há mais de um ano. A profissional destaca ainda que, mesmo em um momento de estagnação do setor cultural, por conta da pandemia, o projeto mobilizou uma equipe de 14 pessoas.