Famílias denunciam empresa que promete serviços, mas desaparece depois de receber entrada em Gravataí

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Pelo menos sete pessoas já haviam relatado o suposto golpe, e acusam o homem e a serralheria de estelionato. Foto: Giro de Gravataí/Especial

retratação de endereço – leia aqui 

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Um investimento que era para a segurança vem causando transtornos para moradores, em sua grande maioria, do loteamento Breno Garcia, residencial do modelo Minha Casa Minha Vida, que abriga mais de duas mil famílias de baixa renda e que foram retiradas de áreas de risco em Gravataí. A instalação de grades em residências vem sendo oferecida há pelo menos três meses em grupos nas redes sociais e até mesmo em propagandas pelo residencial , como no caso da autônoma Amanda Gabriela Machado, de 25 anos.

Ela, que vende cupcakes para complementar a maior parte da renda, vinda do esposo que trabalha como auxiliar em uma metalúrgica, mas que por conta do coronavírus interrompeu as atividades, decidiram ajustar as contas e contratar o serviço. Ao ver o anúncio e fazer um orçamento, contratou a empresa Top Rampa Serralheria, com sede no município.

Conforme Amanda, o valor do serviço para a instalação de uma grade na casa ficou em R$ 1.100 reais. Logo no primeiro contato, o homem apontado por todas as vítimas como autor do suposto golpe, identificado como Alan Voltz, pediu um sinal para a compra de materiais a serem usados. Com R$ 500 reais, ela sacou o valor e entregou em mãos ao serralheiro, que emitiu um recibo do pagamento. O próximo passo era a produção e colocação da estrutura, que nunca aconteceu. Desde então, Amanda e o companheiro cobram o valor da entrada, que é quase a metade da renda mensal do casal, e que tem sua despesa quase dobrada com um filho de apenas 15 dias.

Após o registro de ocorrência, Amanda descobriu que outras pessoas também haviam sofrido o mesmo tipo de golpe, aplicado da mesma forma, com a entrada para os materiais e depois as desculpas com prazos, como contou uma segunda vítima, também moradora do Breno Garcia.

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Franciele Silva dos Santos tem 28 anos e é mãe de três filhos. Ela conheceu os serviços também em grupos de redes sociais e decidiu fazer a instalação de um portão. Quando iniciou as primeiras conversas, logo foi informada sobre o valor para a construção. No dia 23 de abril, Franciele pagou no cartão de débito o valor de entrada: R$ 650,00, que, segundo Alan, seria usado na compra dos materiais. O prazo para a instalação era de cerca de cinco dias, e desde então não foi concluído.

Renda média mensal das famílias que vivem no loteamento é inferior a um salário mínimo. Foto: PMG/Divulgação

Outras denúncias

Os valores fazem uma grande diferença no orçamento das famílias, já que conforme os levantamentos feitos pela Secretaria de Habitação e Projetos Especiais de Gravataí, a média de renda dos moradores do loteamento não chega a um salário mínimo. Em alguns casos relatados, mas que não foram encontrados registros de ocorrência, moradores chegaram a pagar R$ 800,00 de entrada, e não receberam o serviço.

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Desde então, todos cobram diariamente pelo único telefone da empresa, no qual a pessoa que responde as mensagens se apresenta como Alan. Alguns chegaram a ir no endereço atual da serralheria, mas o local era alugado e está desativado. Vivendo um pesadelo, com contas atrasadas, uma das vítimas divulgou o calote sofrido em um grupo do bairro. Em poucos minutos, outras pessoas também informaram que foram vítimas da Top Rampa Serralheria.

“Eu paguei, dei de entrada R$ 650,00 para ele (Alan) colocar as grades nas portas, janelas e mais um porta-botijão. Isso foi no dia 30 de abril. Passou 15 dias e nada dele, ficou sem dar satisfação. Tentei mandar áudio, ligar, mas ele não retornou. O telefone que consta na empresa também não atende, nem sei se tem mais empresa nesse endereço.

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O restante do valor eu daria agora no dia 29 de maio, mas desde então ele não apareceu. É triste, gastei um valor alto e agora fico sem, e não tenho dinheiro para contratar outro serviço agora, ”, disse a diarista Claudia Nunes Miranda, de 54 anos. Uma ocorrência, a terceira contra Alan, foi registrada.

Pelo menos outras quatro pessoas afirmam ter sido lesadas, e da mesma forma, adiantaram uma determinada quantia, mas não receberam o serviço. Desde então, eles tentam contato com o acusado, que ultimamente, bloqueou as denunciantes.

Em uma consulta, o Giro de Gravataí verificou que a empresa, que não está em nome de Alan, tem sede no bairro Barnabé, mais especificamente na Rua Sete de Setembro, no número 134, numa residência. Nossa reportagem esteve no local, mas a casa não pertence à empresa.

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Empresa acusada de não entregar realizar os serviços está ativa no cadastro geral. Foto: Divulgação

O que dizem os citados

Procurado pela reportagem do Giro de Gravataí, o homem identificado como Alan Voltz respondeu às primeiras mensagens enviadas em uma plataforma de rede social. Após saber do que se tratava, bloqueou o número do repórter. Ainda foram contatados dois telefones que aparecem na inscrição da empresa, mas a ligação chamou até cair.

A reportagem ainda apurou informações sobre Cintia Silveira da Roza, nome registrado na razão social da empresa. Conforme uma das testemunhas, ela acompanhou Alan em alguns serviços, mas até o fechamento desta reportagem, ela não foi localizada em nenhum dos endereços, nem mesmo nos números fornecidos.

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