- Geral
- 13 de novembro de 2019
Ex-comandante do Corpo de Bombeiros de Gravataí é preso suspeito de crimes envolvendo a venda de PPCI
Marcado para o dia 21 de novembro, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros de Gravataí, hoje major da reserva, Iremar Nogueira Charopen, vai à julgamento após se tornar réu em julho de 2018 em pelo menos dois processos no Ministério Público (MP), que apura os crimes de corrupção passiva, estelionato e falsidade ideológica. Os crimes estão ligados à venda de Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), para empresários e empresas de pelo menos três cidades da Região Metropolitana na qual Charopen atuou nos últimos anos.
De acordo com a apuração dos jornalistas Humberto Trezi e Carlos Rollsing, além do ex-comandante, um tenente e um sargento também exigiam propina para isentar empresas da necessidade de instalar aparelhos anti-incêndio.
Conforme a peça de denúncia do MP, eles também seriam responsáveis por forjar documentos para a liberação do PPCI de determinadas empresas. A investigação, através da quebra do sigilo bancário do major, conseguiu identificar depósitos oriundos de propinas que eram cobradas para as ilicitudes. Ao todo, Charopen teria recebido cerca de R$ 113 mil reais a partir de quatro fatos investigados entre 2012 a 2014, quando comandou as unidades de Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada.
Sua prisão foi expedida de forma preventiva pela Justiça Militar. A advogada de defesa, Camila Kersh Rodrigues de Moraes, ingressou com um habeas corpus requerendo a revogação do cárcere e o direito do réu de responder em liberdade. O pedido foi negado pelo desembargador Sergio Antonio Berni de Brum, do Tribunal de Justiça Militar (TJM), no dia 8 de novembro. Um dia depois, Charopen foi preso no Hospital São Francisco, na cidade de Santa Maria, onde estava internado.
Realidade é outra no município
Se o passado foi de irregularidades na cidade, hoje, em um processo simples e transparente, Gravataí se tornou referência para o empresariado na hora de protocolar os pedidos, conforme conta o responsável pelo Corpo de Bombeiros de Gravataí, tenente Adriano Silva.
“Todo o processo é feito pelo sistema Sisbom, que mostra passo a passo de como fazer, e ali mesmo, já emite as taxas a serem pagas. Esse processo dá mais segurança ao empresário, já que não vai existir nenhum tipo de relação referente a pagamentos entre o cliente e o Corpo de Bombeiros”, contou o tenente.
A agilidade no processo também chama a atenção em Gravataí. “Hoje temos um prazo máximo de 20 dias para fazer a análise de toda a documentação no sistema. Após isso concedemos o CA, que é o certificado de aprovação e realizamos a vistoria no local para conceder o APPCI. Prezamos pela legalidade, pelo cumprimento da legislação e muito pela transparência”, destacou Silva.
O medo de regularizar também ficou para trás
Um outro projeto que também modernizou o Corpo de Bombeiros de Gravataí foi a implantação do ‘Bombeiro Orienta’. Todas as quartas-feiras, um militar fica responsável por auxiliar, de forma gratuita, empresários e administradores de espaços e edificações que precisam se regularizar, mas que se enquadram no Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio (PSPCI) – baixo risco e Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB).
“Os proprietários de pequenos estabelecimentos comerciais têm muitas dúvidas sobre a questão dos planos de prevenção e de todo o processo. Muitos comércios de pequeno porte em Gravataí não têm nenhum tipo de certificação por parte do Corpo de Bombeiros, e muitos deles acham que se Corpo de Bombeiros ficar sabendo, vão fechar o estabelecimento.
Muito pelo contrário, queremos ver todos funcionando, por isso temos esse projeto em Gravataí. Empresário que se enquadra no PSPCI – baixo risco pode vir de forma gratuita tirar suas dúvidas e regularizar seu comércio, suas edificações, em fim. Estamos aqui para ajudar e fomentar o crescimento da cidade”, finalizou Adriano.