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- 22 de março de 2019
Ex-bandeirinha estava dormindo quando foi morto pela companheira, aponta investigação
Fria e sem mostrar remorso, a mulher de 40 anos, suspeita de matar com uma facada seu companheiro, João Lúcio de Souza Júnior, 45 anos, prestou seu segundo depoimento na última semana na Delegacia de Homicídios de Gravataí.
Segundo a apuração da polícia, ela teria ido deitar com a faca escondida no travesseiro e em um momento da madrugada desferiu o golpe contra Lúcio. Ainda de acordo com a investigação, o corte produzido pela perfuração da faca foi avaliado como ‘certeiro’e ‘limpo’, configurando também que Lúcio morreu dormindo, e conflitando com a versão dela, no qual ele teria entrado em luta corporal com a acusada.
Para o delegado titular da Homicídios, Eduardo do Amaral, embora ela tenha tentado contra a vida de seu companheiro há cerca de um ano atrás, a enfermeira não teria premeditado o crime. “Não podemos afirmar, mas os indícios é de que ela tenha tido um surto momentâneo e desferido o golpe. Até o momento não foi possível provar que ela teria arquitetado um plano para executá-lo naquela noite”, destacou o delegado.
Detalhes chamam a atenção
Um detalhe que chamou atenção da polícia foi que ela, de acordo com testemunhas, teria executado o companheiro no apartamento aonde viviam, no bairro Monte Belo, e em seguida, saído do local indo, dormir em um hotel da região. Só pela manhã ela teria retornado ao seu imóvel, momento em que ligou para o advogado, que comunicou o crime à polícia.
Por não configurar o flagrante, a acusada está em liberdade e aguarda seu inquérito para saber se será ou não indiciada pela morte do companheiro. Em 2018, quando tentou esfaquear Lúcio ela também alegou estar em surto. No ataque ele conseguiu se defender, mas acabou ficando ferido no pescoço. Em defesa, a suspeita confirmou os atos, mas disse que a execução foi motivada por casos extraconjugais de seu companheiro.
Defesa
Conforme o advogado de defesa, Adriano Luz, a suspeita confessou a morte, mas alegou ter sido agredida pelo companheiro durante a madrugada, e que desferiu o golpe em legítima defesa. “Ela informou que ele bebeu naquela noite e tiveram uma discussão. Na madrugada, por volta das 02h, ele retomou a briga e a atacou, foi quando ela deu o golpe fatal”, destacou Adriano.
“Ela me ligou e informou o que tinha ocorrido. Sai de Santa Catarina e me encontrei com ela. Expliquei que deveria se apresentar à polícia, e que isso era inevitável, mas como era véspera de feriados só fizemos a apresentação na quinta-feira (07). Estamos reunindo mais provas contundentes que fazem contraponto à investigação e que vão esclarecer que o crime foi em legítima defesa”, finalizou ele.
Relembre o caso
O assistente social e ex-bandeirinha da Federação Gaúcha de Futebol, João Lúcio de Souza Júnior, 45 anos, foi encontrado morto no apartamento em que vivia com sua companheira, uma técnica de enfermagem de 40 anos. Em depoimento ela confessou ter matado o companheiro. João foi morto com apenas uma facada no tórax. Conforme a polícia, a sua companheira desde então se tornou a principal suspeita do crime.