Estadia, aluguel de pavilhão e sacos funerários: como Gravataí foi entreposto do roubo de R$ 130 milhões em Criciúma

Estadia, aluguel de pavilhão e sacos funerários: como Gravataí foi entreposto do roubo de R$ 130 milhões em Criciúma
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Ataque ocorreu no Banco do Brasil, na área central da cidade. Foto: Polícia Civil de Santa Catarina/Divulgação

Passados seis meses do maior assalto a banco da história de Santa Catarina, as polícias de pelo menos três estados ainda trocam informações sobre o roubo, orquestrado por no mínimo 30 criminosos, em sua grande maioria, integrantes da maior organização criminosa do país, o PCC. No entanto, nas primeiras horas de investigação do crime – que contou até mesmo com lives feitas pelos moradores de Criciúma, a polícia buscava localizar o paradeiro dos envolvidos em áreas próximas.

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Esta seria a única chance para surpreender o bando, que armado com fuzis e metralhadoras amedrontou moradores na madrugada do primeiro dia de dezembro. Ao longo dos dias, a Polícia Civil de Santa Catarina foi confirmando as prisões de suspeitos do crime. No entanto, o dinheiro nunca foi localizado.

Estimava-se inicialmente que cerca de R$ 80 milhões haviam sido roubados, mas conforme o próprio Banco do Brasil, o valor levado foi de R$ 130 milhões. Apenas um milhão foi localizado, que foi a quantia jogada pelos criminosos na rua – tática para tumultuar o local do crime e ajudar na fuga.

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Gravataí na linha 

Durante os meses de investigação, 14 pessoas foram presas. Cinco delas no Rio Grande do Sul, inclusive um velho conhecido da polícia paulista. Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, de 34 anos, foi detido na Serra Gaúcha. Conhecido como General, o criminoso é um dos líderes da organização criminosa e braço direito do líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Buda – conhecido como General, é também o “Senhor das Armas” do grupo. Foto: Divulgação.

No desmantelamento do bando, uma informação passara a circular entre as autoridades da segurança pública. Gravataí teria sido o entreposto dos criminosos. Durante a troca de informações, policiais militares do setor de inteligência do município passaram a filtrar as informações até que chegaram a um pavilhão, na Estrada dos Gravatás, no bairro Morada Gaúcha.

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No local, os policiais realizaram buscas e identificaram no pátio um área com materiais que haviam sido queimados. Roupas, celulares e até mesmo capsulas de fuzil foram encontradas. A perícia foi chamada para coletar o material.

No interior do pavilhão, mais indícios da estadia dos criminosos na cidade. Um colchão, estoque de bebidas, sucos, águas e energéticos foram localizados. Além disso, um nootbook foi encontrado destruído. No local os policiais também recolheram documentos, entre eles a nota de um fabricante de sacos funerários. Na documentação, havia uma etiqueta com o número de lote 406.

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Peritos do IPG/RS na área que materiais haviam sido queimados, no pavilhão alugado pelos criminosos.

A empresa informou à polícia que tal lote se referia à confecção de 700 unidades do produto, levantando mais suspeitas sobre o que a polícia já tinha, que o dinheiro pudesse ter sido enterrado. Um contrato de compra e venda, firmado em cartório, foi feito com o proprietário do imóvel.

O homem que fez a negociação é o mesmo que aparece nas investigações da polícia, mas que usa de diferentes identidades, e é considerado um exímio falsário. A suspeita é que ele também tenha alugado quartos de um hotel em Gravataí, às margens da ERS-118. No entanto, a polícia não informou se o local havia sido usado por mentores intelectuais do assalto, como o casal que teria planejado o crime, ou pelos chamados “linhas de frente” – que executaram o roubo na agência.

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