- Especial
- 1 de novembro de 2021
Época de atenção redobrada para o surgimento de cobras peçonhentas na área urbana de Gravataí
Com uma extensa área de mata, cercada por córregos e banhadais, Gravataí é uma das cidades da região Metropolitana que ascende o alerta para a presença de animais peçonhentos em áreas urbanas nesta época do ano. No entanto não é só por conta do calor que cobras e demais animais são vistos em áreas residenciais, já que com as temperaturas elevadas ficam mais agitadas, propensas a ficarem expostas.
A devastação de áreas de vegetação também contribuem para que, principalmente a cobras, busquem abrigo em áreas de temperatura mais amenas, indo parar em imóveis, construções abandonadas e até mesmo dentro de veículos. Não são diários, mas não extintos os chamados para o Grupamento Ambiental da Guarda Municipal de Gravataí sobre o seu encontro destes. Em sua grande maioria, os agentes encontram as pequenas cobras verdes – comuns na região e totalmente inofensivas.
Porém, uma outra espécie que já foi capturada em residências e até mesmo no pátio de uma empresa em Gravataí leva preocupação à população e sua picada pode ser fatal. A Urutu-Cruzeiro, conhecida também como ‘Cruzeira’, no feminino, é uma das cobras que mais corre no Bioma Gaúcho, e com até 1,7 metros, é responsável pela grande maioria dos casos de picadas no RS.
Ágil nos botes e muito peçonhenta, a cobra á foi registrada em mais de dez ocorrências só no ano passado em Gravataí. O último registro apurado pela reportagem do Giro de Gravataí ocorreu no loteamento Breno Garcia. Na época, segundo o inspetor do Grupamento Ambiental e especialista no resgate de animais, Ciro Melo, a região é bastante conhecida pelos registros destes animais, que se dá por conta da vegetação no entorno.
“Há um tempo atrás recebemos informações de uma Urutu lá no Rincão. Porém, quando os moradores nos avisaram ela já havia sido morta. Com ela, tinham 16 filhotes. Nós sabemos que é um animal perigoso e que gera medo nas pessoas, mas pedimos que nos informam quando localizadas.
É prejudicial para a cadeia ecológica a morte desses animais, principalmente porque elas se alimentam de roedores, afastando esses animais, mais comuns, das casas, além de comerem até escorpiões, que também são animais perigosos e que podem aparecer até mesmo com mais facilidade nas casas”, disse Ciro na época.
Além da Urutu, o inspetor também alerta para uma outra cobra, mais destacada por conta de suas cores, menor de tamanho, mas que exige o mesmo cuidado. É a cobra-coral, porém os registros de encontro e até mesmo de picadas são menores, já que elas vivem em áreas de florestas mais densas, e dificilmente saem como a Urutu. O seu tamanho contribui para que se desloquem sem ser vistas, mesmo que suas cores, com anel preto com bordas brancas, entre anéis vermelhos, se destaque em meio à vegetação.
Se localizar uma cobra, o que fazer?
- Ao ver uma cobra, Ciro (Inspetor) orienta que imediatamente o morador faça contato com a Guarda Municipal através dos telefones 153 ou 3600-7634 – 31915000.
- Durante o acionamento do Grupamento, tente passar características do animal, mas mantendo uma distância razoável.
- Um dos fatores importantes é não mexer com a cobra, deixá-la quieta e tentar mantê-lá em um espaço fechado, afim de que não fuja até a chegada dos agentes.
Em caso de picada?
A reportagem do Giro de Gravataí apurou que o Hospital Dom João Becker remeteu todas as doses de soro antiofídico que existiam na unidade para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, tendo em vista o prazo de validade e os casos remotos de picadas de cobras peçonhentas em Gravataí. Se picado, a orientação é que o paciente vá imediatamente ao HPS, na Capital – Endereço: Largo Teodoro Herzl – Bom Fim).