- Especial
- 4 de agosto de 2021
Em luto, Gravataí se despede de Sonia Oliveira
Foi um dia enlutado. O céu encoberto pelas nuvens, a umidade sentida no ar e a cerração completavam a manhã melancólica da morte de uma das maiores mulheres da história política de Gravataí e da Região Metropolitana. A comoção, embora semelhante a de outros velórios que ocorrem diariamente, chegava até mesmo naqueles que passavam pela frente da Prefeitura de Gravataí.
Foi por volta das 13h30 que os corpos da secretária de Educação de Gravataí, Sonia Oliveira, e do marido, Ricardo Abreu chegaram à sede da Prefeitura. Em caixões fechados, eles foram repousados no centro do paço municipal, e ali, centenas de pessoas se perfilavam por vez para se despedir dos dois, casados a 38 anos, e que planejavam uma vida mais aventureira a bordo de um motorhome.
O velório seria inicialmente apenas para os familiares e amigos mais íntimos, mas o carisma de Sonia durante seus 40 anos de vida política e pública não permitiu. Quem chegava na prefeitura, podia compartilhar da dor sentida. Durante toda a tarde foi assim, a cada minuto, famílias e instituições enviavam flores para simbolizar o apreço que a filha do ex-prefeito e ex-deputado gravataiense, Dorival de Oliveira, tinha na cidade.
Quando o relógio marcou às 16h53, o choro e a tristeza ecoaram no espaço. Saíram da Prefeitura os caixões de Sonia e Ricardo, carregados pelo ex-prefeito Marco Alba, o presidente da Câmara Alan Vieira, e também por parentes. Um cortejo fúnebre extenso, e que contou até mesmo com vans escolares – em memória daquela que ficou à frente da Educação na cidade, saiu pela avenida principal rumo ao cemitério.
Apesar do número menor de pessoas que se concentraram em frente a Prefeitura durante a tarde, centenas estiveram nos últimos momentos dos dois. O pároco da Igreja Nossa Senhora das Graças, Fabiano Glaeser, fez a oração final, e, após, os caixões foram descendo, sendo enterrados por volta das 17h45 de hoje.
Entenda o caso
Sonia e Ricardo passaram o final de semana acampados com um motorhome em Gramado. Nesta segunda-feira (04), após dois dias sem retorno das ligações e mensagens de Whatsaps enviadas, os prefeito Marco Alba informou a Brigada Militar da cidade sobre a procura aos dois. Quando os policiais chegaram ao camping, encontraram Ricardo sob a cama e Sonia no corredor do veículo, ambos sem vida.
De acordo com informações preliminares apuradas pela Polícia Civil de Gramado, a principal hipótese é de que os dois tenham morrido de asfixia por conta do vazamento de gás da rede interna do motorhome. Além disso, a perícia não identificou sinais de violência, roubo ou arrombamento no local. O botijão de gás também estava vazio, contribuindo para a hipótese de vazamento.