- Coronavírus
- 28 de abril de 2020
Em fase final de montagem, saiba como vai funcionar o hospital de campanha de Gravataí
Erguido no estacionamento do Hospital Dom João Becker, com estruturas que ocupam parte da rua Dr. Luiz Bastos do Prado, o hospital de campanha de Gravataí está em fase final, de montagem. Com as alas já divididas, os setores organizados e as estruturas de canalização, o centro para atender pessoas com Covid-19, aguarda alguns ajustes e também a formação do ‘time’ de profissionais que deverão, pelos próximos cinco meses, atender na unidade.
A frente do hospital de campanha mantém a mesma estrutura de atendimento do Becker e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ao chegar, seja por meios próprios ou com de ambulância, o paciente, em casos de não emergência, passa pela identificação. Em seguida, é encaminhado para uma ala no lado esquerdo. Ali, profissionais da saúde farão a triagem dos pacientes, que serão levados, em seguida, para atendimento nos quatro consultórios da estrutura.
Já nos fundos, começam os leitos. Ao todo, segundo o secretário de Saúde de Gravataí, Jean Pierre Torman, dez quartos com camas, equipamentos e o espaço de manuseio do profissional estão prontos para receber enfermos que precisem ficar internados, e que apresentem sintomas mais graves do Covid-19, incluindo a insuficiência respiratória aguda.
Todas estas sistemáticas já acontecem no hospital e nas unidades. Ali na frente, ainda na rua, chegará a ambulância, com espaço de manobra, entregará o paciente aos profissionais. Se precisar, já vai para a ala de internação. Caso contrário, recebe as recomendações do médico no atendimento”, disse Jean.
Em frente aos leitos, salas foram criadas para acomodar os profissionais, além de banheiros e espaços de acondicionamento de equipamentos. Uma das medidas a serem adotadas durante o funcionamento se aplica aqueles que estarão internados, que não poderão receber visitas. Jean explica. “Por estarem internados aqui por conta do coronavírus, que é um vírus transmissível, os pacientes não podem receber visitas. O que nós estamos pensando é autorizar eles a fazerem um vídeo chamada com os familiares, já que os mesmos podem ter tido contato com o paciente internado aqui, e estariam em quarentena. Claro, tudo isso de acordo com o entender do médico, que a autoridade aqui dentro”, explicou ele.
Estratégico, hospital vai diminuir o tempo resposta no atendimento
O prefeito Marco Alba e o secretário Jean visitaram as instalações nesta terça-feira (28). Eles também comentaram sobre as dependências, explicando a proximidade com o hospital, que é estratégica “Hoje temos essa estrutura aqui no estacionamento do hospital por questão estratégica. Em cidades do interior, um paciente em um hospital de campanha, se precisa ser transferido ou para algum outro atendimento, entra para uma ambulância, que muitas vezes atravessa a cidade para chegar até o hospital.
Aqui, nessa estrutura, estamos isolados do Becker para que não corra o risco de contaminação, já que os atendimentos de outros casos continuam ali. Mas se precisarmos, a remoção fica mais fácil, é mais rápida”, contaram.
Além disso, conforme eles, uma ambulância que transporta um paciente infectado precisa ficar pelo menos três horas em higienização para voltar ao atendimento. Com a proximidade do hospital, não seriam necessárias em caso de transferência. Entre a contratação de profissionais para trabalharam na montagem, as estruturas, as redes de conexão, além de equipamentos e a contração de servidores, o governo municipal calcula ter investido mais de dez milhões de reais.
“Temos essa projeção. De gastos na casa dos dez milhões. Mas são como gatilhos, se isso se agravar, será investido mais um valor x, que correspondem a tais medidas. Tudo isso já temos licitado, desde a contratação de profissionais até mesmo a compra de equipamentos de proteção, como luvas, máscaras, roupas adequadas, estas que seguem o padrão do próprio Hospital Dom João Becker”, destacou Torman.
Ao todo, 42 técnicos, 14 enfermeiros e 16 médicos deverão trabalhar no hospital durante os meses de atuação. Eles ficarão divididos em funções já programadas para o melhor atendimento dos pacientes. Para o prefeito Marco Alba, o prazo para que o hospital comece a funcionar é de 15 dias. “Queremos que comece antes, e pode ser que isso aconteça, mas no máximo em quinze dias estaremos com tudo isso em funcionamento para os próximos cinco meses”, destacou Marco.
Pronto 24 horas também se torna centro de atendimento a pacientes com Covid-19
O Pronto Atendimento Municipal (PAM 24H) também terá a sua estrutura física modificada e ampliada, por meio de uma enfermaria de campanha que está sendo montada no estacionamento em frente à unidade. A previsão do início do atendimento específico para Covid-19 é para a próxima semana. No local serão instalados 21 leitos adultos, entre eles, dois de isolamento e outros cinco graves, além de 11 leitos pediátricos (destes 2 de isolamento e um grave), totalizando 32 leitos exclusivos para o tratamento do Coronavírus.
Na estrutura de apoio, que poderá ser ampliada de acordo com o aumento da demanda de pacientes, serão realizadas as etapas de triagem e alguns atendimentos. Todas estas modificações devem aumentar em 50% o custo do PAM 24H.
As emergências de traumatologia, psiquiatria e odontológia, que são atendidas no PAM 24H, terão um acesso de pacientes modificado, pela avenida Brasil. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento), localizada na parada 74, neste período de enfrentamento do Covid-19, ficará atendendo a todas as outras emergências de saúde que não o vírus, ou seja, infartos, AVCs, entre outros.
