- Polícia
- 26 de julho de 2020
Dois meses depois de ser preso injustamente, angolano Gilberto Casta Almeida vai voltar para Goiás
Na próxima quarta-feira (29), Gilberto Casta Almeida viajará para Anápolis, em Goiás, cidade onde mora. Ele foi baleado e preso injustamente na ERS-118, no dia 18 de maio. Ele ainda ficou detido na Penitenciária de Canoas até o dia 29 daquele mês, quando a juíza da 1ª Vara Criminal de Gravataí, Valéria Eugenia Neves, expediu o seu alvará de soltura.
Agora, segundo a advogada de Gilberto, Ana Konrath Alves, ele já está com a passagem comprada para retornar a seu município. Como não foi indiciado pela polícia e também não foi denunciado pelo Ministério Público, não existe impeditivo para a sua viagem. “Na verdade, a juíza quando concedeu a liberdade, não colocou nenhuma imposição que ele não poderia se afastar da comarca, mas por prudência, e pelo tratamento médico que estava fazendo, ele ficou aqui no Sul do país”, explicou.
Ana também revelou que Gilberto não permanecerá muito tempo em Anápolis e breve viajará para Portugal, onde irá iniciar o seu mestrado em Ciências Biomédicas.
Entenda o caso
Na noite de 18 de maio, Gilberto Casta Almeida, de 26 anos, estava com sua companheira, Dorildes Laurindo, 56 anos, estavam em um carro de transporte particular (Blablacar) quando o condutor do carro, Luiz Carlos Pail Junior, 31, furou o sinal vermelho em Cachoeirinha após ver uma viatura da Brigada Militar (BM). Policiais do município em acompanhamento ao veículo informaram sobre a ocorrência aos brigadianos de Gravataí.
Na ERS-118, uma viatura com três PMs estava no cerco. Eles iniciaram a perseguição e realizaram disparos contra o veículo. O condutor, Luiz Carlos, estava foragido da justiça e foi capturado após sair correndo. Ele dirigia com uma CNH falsa, o que facilitou seu cadastro na plataforma de transporte.
Gilberto e Dorildes foram baleados e levados ao hospital. De lá, Gilberto recebeu alta e foi detido no Presídio de Canoas. Dorildes permaneceu internada em estado grave no Hospital Dom João Becker até o dia 5 de junho, quando teve sua morte cerebral confirmada.