Criminosos utilizam nome de delegado de Gravataí para aplicar o ‘golpe do nudes’ no país; entenda

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Em uma das conversas interceptadas, o golpista já executa a fase dois do golpe, que é a entrada de uma autoridade informando que a vítima estaria cometendo um crime. Foto: Reprodução.

Todos os dias, diversos registros de ocorrência são feitos por vitimas que caíram em golpes. Sejam eles envolvendo a compra e venda de veículos roubados, até mesmo o do bilhete premiado – um dos mais conhecidos da ultima década. Nos últimos dois anos, um destes golpes vem chamando a atenção, já que faz vítimas sem distinção de idade.

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É o golpe do nudes, no qual criminosos, em determinado momento, para dar veracidade ao crime, utilizam do nome de autoridades. Na última semana, um registrado em Uberaba, no interior de Minas Gerais, atestava para a prática, que utilizou do nome do titular da Delegacia Regional Metropolitana de Gravataí, Juliano Ferreira.

Na ocasião, um engenheiro civil de 32 anos foi chamado por uma jovem em uma rede social. Durante a conversa, eles passaram a trocar fotos íntimas. No outro dia, o homem recebeu uma ligação. Do outro lado da linha, o criminoso se passando por pai da jovem, alegando ter descoberto as conversas, e que num momento de raiva, quebrou os móveis da residência, causando um prejuízo estimado de R$ 10 mil reais.

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Assustado, o engenheiro ofereceu uma quantia de R$ 5 mil reais para ajudar a arcar com os danos, pedindo desculpas pelo ocorrido. Vendo a a vulnerabilidade do homem, os criminosos colocaram em prática a segunda parte do golpe, que consiste em mais uma tentativa de extorsão, agora se passando por um delegado. 

Nos últimos meses, o delegado da Regional de Gravataí, Juliano Ferreira, tem visto seu nome circular em diversos golpes do nudes no Rio Grande do Sul e demais estados. Foto: Giro de Gravataí/Especial

No mesmo dia, o engenheiro recebeu uma outra ligação. Desta vez do suposto delegado Juliano Ferreira, do Rio Grande do Sul, informando que a mãe da jovem compareceu à delegacia denunciando o homem pelo crime de pedofilia. Percebendo o descontrole por parte da vítima, o criminoso, ainda se passando por delegado, alegou que puxou a ficha do engenheiro, e que o ele não tem o perfil de um abusador.

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Em seguida, o comunicou que não tem interesse na denuncia, mas que para arquivá-la, cobraria um valor de R$ 20 mil, reforçando que mandaria, inclusive, um vídeo como garantida que as provas apresentadas seriam destruídas. Em uma nova transação, o homem depositou mais R$ 5 mil na conta dos golpistas. Com medo, o engenheiro recorreu a um advogado, que entrou em contato com o delegado regional de Gravataí, e confirmou que o nome dele e de outros delegados da Região Metropolitana estavam sendo usados para aplicar os golpes. 

Em outra dinâmica

Em alguns casos pesquisados pela reportagem do Giro de Gravataí, os criminosos alegam já na primeira parte do golpe, quando o suposto pai da jovem liga, que a menina teria entre 12 e 13 anos, e que o próprio pai já acusa a vitima de pedofilia. Em um caso ocorrido em Gravataí, no ano passado, um servidor público teve suas fotos íntimas divulgadas em redes sociais de parentes ao negar o pagamento, sob ameaça de denúncia por pedofilia.

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Menos recorrente, até mesmo por conta da vergonha das vítimas em registrarem ocorrências, mulheres também não escapam. No entanto, o golpe a elas é realizado de forma direta, com o contato do golpista pedindo valores para que suas fotos não sejam vendidas para sites adultos. Embora o crime não possua uma cartilha, o objetivo principal dos golpistas é deixar a vítima vulnerável, o que facilita a extorsão.

Em fevereiro do ano passado, uma investigação da Polícia Civil de Santa Catarina prendeu uma gravataiense de 36 anos, apontada como uma das integrantes do esquema do golpe do nudes, liderado pelo seu companheiro, de 37 anos, apenado da Pasc. No entanto, o golpe era praticado apenas com mulheres. A acusada entrava em contato com as vítimas, e sem muita conversa, exigia quantias em dinheiro para não divulgar supostas fotos íntimas. No entanto, muitas vitimas não possuíam o conteúdo no celular, e acabaram denunciando a prática.

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