- Polícia
- 22 de julho de 2019
Como ocorreu o ataque a tiros que deixou uma jovem morta, diversos feridos e um clube de luto em Gravataí
Não muito diferente de outros domingos, atletas, familiares, amigos e moradores confraternizavam a vitória do Três Estrelas, um dos mais “copeiros” do amador de Gravataí quando o gosto da vitoria deu lugar à correria e o pânico dos locais. “Eu tava na copa assando o galeto depois do jogo. Ouvi os primeiros disparos e em seguida já começou o resto dos tiros. Nisso falei para todo mundo se atirar no chão”, contou em frente ao hospital Vagner dos Santos, o “Didu” – presidente do clube, e liderança da comunidade. Ele permaneceu em frente ao Becker com os populares, que aguardavam informações dos feridos.
Minutos antes do ataque que deixaria o clube em luto, a Guarda Municipal de Gravataí fazia buscas a partir de informações para interceptar um veículo suspeito que adentrará à área da 76, no bairro União. Em seguida, eles já começavam a receber notícias de vítimas baleadas no entorno do campo. Em segundos a primeira viatura da Guarda chegou na sede do clube. No local, vítimas ao chão com múltiplos ferimentos. Em meio aos gritos de desespero, moradores encostavam os carros e levavam os feridos até o hospital.
Os Guardas também começaram a operação de remoção. Pelo menos quatro pessoas foram levadas ao hospital pelo socorro dos agentes. Com oito vítimas no hospital, rapidamente o bairro ficou ermo. Alguns moradores, no pátio de suas residências faziam ligações para saber o estado de saúde delas. Na rua, apenas a Brigada Militar (BM) e outras viaturas da Guarda Municipal ficaram no patrulhamento.
O Hospital Dom João Becker – que recebeu todas as vítimas do ataque, foi obrigado a cancelar a visitação e regulou a emergência para que médicos e enfermeiros conseguissem dar conta da entrada dos feridos. Cerca de uma hora depois da entrada das vítimas, a confirmação fatal; Maiara Lemes da Silveira, de 20 anos, estudante e Bombeira Voluntária, entrou em óbito, vítima de um disparo de arma de fogo na região do pescoço. Já por volta das 22h30, informações preliminares davam conta de que os sete baleados já estavam fora de perigo.
Na rua, a movimentação foi diminuindo, mas populares entraram madrugada a dentro em vigília na frente do hospital. Policiais militares fizeram a segurança com medo de represália. “Agora estamos tentando garantir a segurança dos familiares, das vítimas e de todos que aqui se encontram. Vamos continuar com o patrulhamento nas ruas. É um momento muito triste, ainda mais quando morre alguém inocente”, lamentou o comandante da BM em Gravataí, major Neves, que permaneceu com os policiais no local.
A Delegacia de Homicídios de Gravataí busca agora entender detalhes da sequência que culminou na tragédia. Informações sobre a chegada dos atiradores a pé ou em dois veículos ainda é apurada pelos policiais. A investigação também confere as informações a respeito de um rapaz que seria o alvo dos criminosos. Até o fechamento desta matéria nenhuma prisão havia acontecido em decorrência do crime. Este foi o segundo maior atentado a tiros registrado na última década em Gravataí.