Com 44 mil aplicações da vacina, Gravataí recebeu frascos com menos doses do que anunciadas; secretário comenta

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Na manhã deste sábado (10), vacinando pessoas com idades a partir de 63 anos, Gravataí ultrapassou a marca de 44 mil doses aplicadas dos imunizantes contra a covid-19, sendo 1.433 hoje. O município já aplicou 72,1% das doses recebidas, sendo um dos líderes na Região Metropolitana. Mas por que não foram aplicadas 100%? E por que o município ficou tanto tempo “estacionado” na faixa dos 64 anos?

A reportagem do Giro de Gravataí entrevistou o secretário da Saúde Régis Fonseca sobre o andamento da vacinação na cidade. Na conversa, o secretário ainda revelou que algumas Unidades de Saúde relataram receber frascos com menos doses do que o informado. Régis projetou também que, se não chegarem novas doses, imunização de primeira dose deve ser interrompida na próxima semana.

Confira a entrevista:

Giro de Gravataí: Secretário, como o senhor avalia o trabalho realizado pelo município na imunização?

Régis Fonseca: Hoje chegamos a 44 mil doses aplicadas. O time trabalha muito bem, temos uma logística muito boa. Temos a capacidade para aplicar mais de três mil doses por dia. Acredito no potencial da rede, na qualidade do nosso grupo, temos cumprindo o nosso papel.  Quando tivermos quantidade suficiente, que o drive-turu possa funcionar, faremos também.

Giro de Gravataí: Então, por que nos últimos dias ficamos tanto tempo vacinando apenas pessoas a partir de 64 anos?

Régis Fonseca: Por conta do baixo estoque. Para a gente avançar, sempre temos a cautela, para atender a população, pelo menos, na idade que a gente avança. Para não gerar frustração, a gente tem ampliado a idade quando tem o estoque suficiente. Esta semana, só recebemos um novo lote na sexta-feira.

Giro de Gravataí: Mas o lote anterior foi o maior recebido até agora.

Régis Fonseca: Sim, mas 60% era reservado para a segunda dose.

Giro de Gravataí: E como é definida esta separação entre primeira e segunda dose?

Régis Fonseca: Toda a remessa que vem do Ministério da Saúde já vem com uma nota técnica especificando o percentual de primeira e segunda dose. Quando chega ao Estado, ainda é avaliado pela CIB. O município deve seguir a orientação e fazer a aplicação.

Giro de Gravataí: Quanto tempo deve durar o lote recebido ontem?

Régis Fonseca: As vacinas reservadas para primeira dose devem encerrar na segunda-feira. Recebemos, nesta última remessa, 3.510 do Laboratório Fiocruz para aplicação das primeiras doses e 3.110 doses do Laboratório Butantan para aplicação da segunda dose. Semana que vem faremos uma campanha de segunda dose e também para a imunização contra o Influenza.

Giro de Gravataí: Com estas reservas, a comunidade pode ficar segura em relação à segunda dose dentro do período necessário?

Régis Fonseca: Não existe o risco de ficarem sem segundas doses dentro do prazo, por isso existe a nota técnica.

Giro de Gravataí: Uma nota da Confederação Nacional dos Municípios revelou que alguns frascos, que deveriam conter dez doses, chegaram com menos. Isso aconteceu em Gravataí?

Régis Fonseca: Aconteceu também. Temos as informações de algumas unidades em que os frascos vinham com sete, oito doses. Existe um sistema do Ministério da Saúde para que possamos notificar quando isso acontece, mas houve um problema e ele ficou fora do ar. Isso prejudica na contagem de quanto a cidade, de fato recebeu. Não temos o número preciso de quantas doses recebemos a menos, apenas os relatos das unidades. Agora, o sistema está funcionando e eles devem notificar.

Giro de Gravataí: É possível projetar quando as pessoas com 62, 61 e 60 anos serão vacinadas? Existe garantia que aqueles que têm 62 serão imunizados na próxima semana?

Régis Fonseca: Ainda estamos avaliando para ver se muda para os 62 na próxima semana. Necessitamos que o Ministério da Saúde repasse mais doses. Quanto aos grupos de 61 e 60, é uma projeção que é difícil o gestor municipal fazer, a gente depende da entrega.

Giro de Gravataí: Na próxima semana, inicia também a vacinação contra a gripe, é possível tomar no mesmo dia que a da covid?

Régis Fonseca: Não. Existe um período de 14 dias, após a aplicação da vacina para poder fazer a vacina da Influenza. Da mesma forma que após a vacina para a Influenza, é preciso esperar 14 dias para a imunização contra a covid.

Antes de encerrar a entrevista, o secretário ainda destacou que para a cidade é fundamental que a vacinação ocorra de maneira rápida. “O que tem que ficar claro é que os municípios tem a intenção de aplicar as doses o mais rápido possível. Queremos voltar à normalidade.

A angústia das pessoas é a mesma que nós temos. Prova disso é que quando teve estoque, chagamos a aplicar 3 mil doses. Também depende da procura das pessoas. A população precisa buscar, ir ao posto. E a comunidade está indo. A procura está em um ritmo bom”, avaliou.

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