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- 25 de outubro de 2017
Cemitério do crime | Polícia prende um e dá detalhes da motivação
A Delegacia de Homicídios de Gravataí prendeu na tarde desta última terça-feira (24) um jovem de 20 anos, que seria o co-autor da execução de João Victor Freitas Silveira, morto no interior do cemitério municipal de Gravataí, no dia 23 de agosto.
Segundo a investigação, uma série de informações foram coletadas para chegar aos autores do crime. A vítima, que seria usuário de drogas, foi levado até o local onde foi obrigado a deitar-se em um dos túmulos. Ainda segundo a polícia, o jovem foi enforcado e ferido com diversos golpes de faca. O que também chamou a atenção, foi a outra arma utilizada para o crime: um espeto de churrasco.
A polícia também revelou com exclusividade ao Giro de Gravataí a motivação para a morte do jovem. “Em depoimento, o rapaz que participou da execução disse que João Victor sabia demais. O acusado falou que a vítima tinha conhecimento e supostas amizades com membros da facção rival, o que teria sido o estopim para a sua morte, mas antes disso, ele também foi torturado”, contou um dos responsáveis pela investigação.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios. Outras três pessoas que tiveram participação no crime são procuradas pela polícia.
Entenda o caso:
Era próximo das 12h15 quando tocou o telefone da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí, no Parque dos Anjos. No outro lado da linha, um pedido; que a equipe de investigação se deslocasse até o Cemitério Municipal, na área central da cidade, pois havia um corpo que teria sido enterrado no local. No entanto, o caso que parecia até uma piada, foi levado para a sede da DHPP e é acompanhado de perto pelos agentes.
Quase nos fundos do campo-santo, em um túmulo desocupado, policiais militares, os coveiros e os agentes constataram que a estrutura da sepultura havia sido modificada recentemente, até massa de cimento parecia estar fresca. Quando levantaram a pedra da catacumba constaram a irregularidade. O corpo de um homem estava no local. Conforme o coveiro, que não quis se identificar, as moscas também chamaram a atenção para que eles suspeitassem da situação e chamassem as autoridades.
A vítima fatal foi identificada como João Victor Freitas Silveira, de 33 anos. Conforme a investigação, o homem que não tinha antecedentes, constava como desaparecido no sistema integrado da polícia. O reconhecimento dele foi feito através de uma tatuagem em seu ombro esquerdo. A investigação também informou que a vítima foi localizada com uma corda amarrada em seu pescoço e pelo avançado estado de decomposição, estava no local há aproximadamente duas semanas atrás. A polícia não descarta a hipótese de que ele tenha sido torturado antes de morrer.
“Devido ao avançado estado de decomposição, o IML não conseguiu nem colher as digitais, o que dificulta um pouco o caso. Queremos saber se a vítima chegou até o cemitério viva ou foi morta nas proximidades e carregada pelos executores. Uma das coisas que chama a atenção é a audácia dos criminosos em ter tempo de fazer o cimento e concretar a sepultura com a vítima dentro. Após descobrirmos a motivação, nós vamos tentar identificar os autores”, revelou o agente.