- Especial
- 1 de outubro de 2019
Caso de mãe e filho, moradores de Gravataí, desaparecidos em 2005 ainda é um mistério
Desde o dia 11 de junho de 2005, familiares e amigos da comerciante, moradora de Gravataí, Sirlene de Freitas Moraes, na época com 42 anos, e seu filho Gabriel, de sete, vivem angustiados e aguardam o fim do mistério sobre o desaparecimento dos dois. Sirlene morava com o esposo e os três filhos em Gravataí, e administrava uma pequena loja no Centro Histórico de Porto Alegre. Dias antes do desaparecimento, ela revelou ao marido um relacionamento extraconjugal com um médico da Capital, no qual seria o pai de Gabriel.
Não demorou muito para que o relacionamento do casal chegasse ao fim. Sirlene saiu de casa com Gabriel e foi morar em Porto Alegre. No dia 11, ambos saíram para encontrar o médico homeopata, em uma conversa para que ele reconhecesse a paternidade da criança. Depois disso, nunca mais foram vistos. Testemunhas informaram a polícia que viram os dois embarcando em um veículo Monza, mas desapareceram sem deixar rastros.
Durante a investigação da 14ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, o médico se tornou o principal suspeito do crime, e chegou a ficar preso por mais de 50 dias até ser indiciado por duplo homicídio qualificado. Ainda durante as diligências, policiais descobriram que Sirlene já conversava com o médico sobre a paternidade do filho. O encontro, ocorrido em um posto de gasolina na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, era para acertar os últimos detalhes sobre o novo valor de pensão, que na época seria de R$ 1.500,00, além do pagamento dos estudos de Gabriel.
Interceptações telefônicas com autorizações judiciais comprovaram que Sirlene e Gabriel também estiveram em uma fazenda do médico, no interior de Cachoeirinha do Sul. Na escuta, policiais constataram que a esposa do médico sabia sobre o filho de seu esposo e afirmou à polícia que orientou o marido a ajudar Sirlene e a criança.
Mesmo com o inquérito remetido ao judiciário com o indiciamento do médico, provas e álibis contundentes descartaram a possibilidade do médico ter participado do desaparecimento dos dois. O caso foi arquivado meses depois por falta de provas. Policiais chegaram a ir até a fazenda aonde Sirlene e Gabriel estiveram com o homeopata e procuraram pelos seus corpos. Nada foi encontrado.
Desde então, nenhum outro suspeito entrou na mira da polícia. Com o passar do tempo, a descoberta de novas provas e outras testemunhas com informações relevantes sobre o caso foram ficando escassas. Até hoje, nem Sirlene nem Gabriel foram localizados e o caso entra para o seleto grupo dos crimes sem solução no RS.