- Especial
- 5 de novembro de 2023
Casa Canônica em Gravataí sob ameaça de venda e construção de prédio; entenda a polêmica
A Casa Canônica de Gravataí, um símbolo da cidade localizado ao lado da Igreja Matriz e construída entre as décadas de 20 e 30 enfrenta uma polêmica nas últimas semanas. O local estaria envolvido em uma especulação imobiliária para a venda da área. O lugar então daria espaço a uma edificação comercial.
A denúncia da possível negociação da área, que passa pela Mitra – a administração da Igreja Católica na Capital, foi denunciada pelo escritor e retratista de Gravataí Julinho Barbosa. Conforme apurado pela reportagem do Giro de Gravataí, a área vêm sendo ofertada há pelo menos dois anos, mas nos últimos meses um dos negócios teria avançado, já com um projeto para o local.
Atualmente, a propriedade está alugada para um restaurante, mas que mantém suas atividades no local, preservando o patrimônio. A proposta, ainda conforme apurado, é que o local receba lojas e até mesmo uma rede de galeterias a partir da construção de um novo prédio, derrubando a casa.
O vídeo de Julinho, publicado nas redes sociais, logo recebeu o apoio de centenas de moradores, incluindo personalidades da cidade. Em um segundo vídeo, o escritor confirma o interesse da Mitra na venda. ” A pedido do Padre Léo, eu e o Regis Albino estivemos reunidos com eles na tarde de ontem. O principal assunto: a venda casa canônica…
…Padre Léo nos disse que existe interesse da Mitra na venda da área. Mas não firmou com nenhum investidor, ainda. E que há bastante interessados. Estamos a caminho para ver se já tem compromisso assinado. Nesta caminhada estão nos apoiando o poder executivo e legislativo. Estamos lutando pela nossa cidade, contamos com o apoio da comunidade”, destacou ele.
No entanto, a edificação atual não é tombada como patrimônio histórico cultural, viabilizando uma possível venda. Por outro lado, pessoas ouvidas pela reportagem, sob condição de anonimato, relatam que casa canônica foi construída em cima do antigo e primeiro cemitério da cidade, recebendo sepultamentos até 1855.
Quando uma epidemia de cólera atingiu a região, resultando em diversas mortes, o local foi transferido para a área do Cemitério Municipal da 79. A reportagem do Giro de Gravataí busca contato com a Arquidiocese de Porto Alegre para um contraponto.