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- 17 de novembro de 2017
Arrozeiros colocam novamente o Rio Gravataí sob alerta
“Mesmo que o assunto esteja sendo debatido amplamente, os arrozeiros estão mostrando uma total desconsideração e falta de respeito com a população ao não obedecer as leis e largar os resíduos das lavouras no rio”. Estas foram as palavras do presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FMMA) de Gravataí, Jackson Muller, após uma ação de fiscalização na extensão do Rio Gravataí, ocorrida nesta quinta-feira (16).
A ação integrada, que contou com a presença de agentes da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), FMMA e do Batalhão Ambiental da Brigada Militar, foi realizada a partir de um sobrevoo na região para identificar os descartes irregulares de afluentes no rio. De acordo com Jackson, o pedido foi feito através da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que também está preocupada com a poluição das águas, a partir das operações nos arrozais.
Como ocorre a poluição da água?
Jackson explica que os hectares das fazendas são abastecidos e alagados. Assim é feita a mistura dos tóxicos para que a colheita não seja prejudicada, no entanto, os resíduos do preparo estão sendo jogados diretamente no Rio, o que acaba causando uma série de problemas, e que podem se agravar rapidamente, afetando os peixes e também a própria população ao consumir o líquido.
“Todas as lavouras de arroz, chamadas de canchas, captam água do rio até completar cerca de 30 centímetros. Depois eles colocam veneno para que o inço não cressa e prejudique a colheita. Eles vão lavrando a área, misturando o solo com o agrotóxico. Quando vão escoar o material, depositam diretamente no rio, o que acaba elevando a turbidez e causando um quadro gravíssimo de poluição”, contou Muller.
Os dados que impressionam
Ainda segundo o presidente, que coletou amostras dos pontos do rio onde é possível perceber o descarte, o nível de turbidez do Rio Gravataí, normalmente deveria ser de 40, mas já está sendo registrado 150. Ele ainda explica que o os dados são preocupantes e calcula que se o problema persistir, o nível poderá atingir os 400, deixando a água com cor, cheiro e impossível de tratar, o que também acabaria afetando os peixes, que morreriam devido a falta de oxigênio na água.
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