André Valdez | O devido acerto de contas musical e jornalístico com Glau Barros

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Atrasos aceitáveis, celebrações resilientes, homenagens retroativas e o mea culpa necessário. Por fim, o devido acerto de contas musical e jornalístico com Glau Barros…

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Disse um certo e genial escritor, chamado Luis Fernando Verissimo: “o prazo de entrega é a musa da inspiração”. E cá estou, tentando me redimir com o tempo e com a célebre artista. Tentarei em vão explicar as razões pelo atraso para o término desta coluna. Espero que compreendam. Mas, caso julguem isso imperdoável, então ouçam Glau Barros, a sigam nas redes sociais e percebam o quão desumana e árdua era essa tarefa de tentar acompanhar todas as atividades e projetos dos quais participou ao longo da pandemia.

Em que pese sendo a protagonista, a proponente ou convidada especial, cantando, atuando, apresentando e espalhando sua negra arte ao mundo e sempre, é claro, muito bem assessorada e acompanhada do seu companheiro de vida e fiel escudeiro, o incansável e sapiente professor Celso Dias, o Celsinho – que também merece uma crônica somente sobre ele e seu imbatível feijão. Mas isso é assunto pra outra pauta, não é mesmo!?

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Creio que nem mesmo o sábio jornalista Gay Talese conseguiria tal missão nos prazos estipulados, dado a demanda de atividades realizadas pela cantora. Bem, nos atemos agora a reverenciar a primogênita da simpática e solidária Dona Gladis. Tentarei descrever o que vi e ouvi durante o período pandêmico e retomada ou a volta da artista aos palcos.

O lançamento do seu primeiro álbum ocorreu um ano antes da pandemia, tendo sido retomada a turnê deste trabalho somente em novembro de 2022.  Mas, foi durante o período pandêmico que artista se reinventou e se consolidou, como o grande expoente da cultura gravataiense e do sul do país.

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Aí está, uma das primeiras justificativas pelas quais eu sequer consegui acompanhar tantos e a todos os projetos das quais ela participou. Bom, tentaremos fazê-lo, retrocedendo alguns anos então. Voltamos aquela gélida noite do dia 18 de junho de 2019 em que a cantora e atriz, lotou as galerias do Theatro São Pedro, um dos mais antigos da capital gaúcha, para lançar o seu primeiro trabalho, o elogiadíssimo Brasil Quilombo. Eu estive lá e posso atestar: foi algo histórico, representativo, sublime e um show memorável.

Uma mulher preta praticamente lotou todas as galerias de um dos mais importantes teatros do Rio Grande do Sul e fez dele sua casa e o nosso quilombo, naquela inesquecível noite. Passada a apoteótica estreia, a artista viu seu sonho de celebrar o primeiro ano de lançamento do álbum e sair por aí comemorando seu Brasil Quilombo e de pegar a estrada para uma turnê sucumbirem em meio a uma inesperada pandemia que assolou o país e o mundo.

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A cantora então, como tantos outros artistas, se viu obrigada a se reinventar em meio a uma resiliência artística, imposta pelas normas mundiais de saúde. E assim Glau teve que realizar uma das suas primeiras lives. Viria a participar de muitas no decorrer do avanço da pandemia. Quem esteve no Theatro São Pedro naquela antológica apresentação, desta vez, teve que se contentar em apreciar sua arte e celebrar o aniversário do Brasil Quilombo através de uma live no dia 18 de junho de 2020.

A artista teve o merecido reconhecimento pelo seu primeiro álbum, em novembro do mesmo ano, quando se consagrou como grande intérprete de samba e recebeu as seguintes premiações:  Cantora Revelação (embora artista já possuísse trinta anos de carreira) e DVD do Ano no Açorianos 2020, sendo que a premiação ocorreu no final de 2021, de forma virtual, respeitando as normas sanitárias.

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E foi no cenário pandêmico e de um governo obscurantista que Glau resolveu celebrar seus 30 anos de carreira e 50 anos de vida.  A irrequieta filha do Seu Cidade resolveu inovar e fez exatas 50 lives, que foram postadas diariamente, através do YouTube, nos 50 dias que antecederam seu cinquentenário – as postagens você pode conferir no Canal 50 Sons de Glau.

Eu sou suspeito para falar deste projeto, até porque esse que vos escreve fez algo semelhante, mas, claro, não ousei cantar e assim poupei a todos deste revés ou constrangimento musical.

Nestas lives, realizadas de 20 outubro a 19 dezembro, você vai se deparar com uma Glau que lhe surpreenderá. A cantora revisita com sensibilidade ímpar e uma ótima e surpreendente musicalidade para celebrar as referidas datas. Glau demonstra versatilidade e surpreende com sua interpretação do funk na canção da banda britânica Jamiroquai. Nela, você percebe a exploração de falsetes e vocalizes que, tenho certeza, você ainda não tinha visto a cantora fazê-lo.

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O ponto alto deste projeto ainda estaria por vir em visível e emocionante intepretação para algumas canções do álbum Partimpim da gaúcha, cantora e compositora Adriana Calcanhoto. E para celebrar a data, ela, mais uma vez, surpreendeu ao contar com um power trio feminino de peso e convocar suas simpáticas e talentosas filhas, Maria Luiza e Cecilia, que além de esbanjarem criatividade no look, fizeram de suas participações o ponto mais tocante e fraterno, demonstrando muito carisma e ternura, capaz de emocionar a todos. Um clima informal, familiar e de muita emoção.  Agora, se ousas duvidar, só dá um Google ou procure saber.

Finalizou o projeto 50 Sons de Glau no dia do seu aniversário, em alto estilo, com uma grande live/show, com direito a patrocinadores e uma seleta plateia presencial, a equipe de produção que realizava a transmissão no canal.

A irriquieta primogênita da Donas Gladis não suportou a ideia de tão somente ficar em casa e junto com seu cúmplice fiel da vida e das artes, Celso Dias, arquitetaram um outro projeto que poderia ser contemplado pela Lei Aldir Blanc.  Para assuntos culturais são quase imbatíveis.  E assim foi com o novo projeto, chamado Sambaobá. Ela entrevistaria diversas mulheres negras sambistas que possuíssem trabalhos autorais. Essa pesquisa, teve por finalidade dar visibilidade e reconhecer as mulheres sambistas de diferentes regiões do nosso Estado, como forma de fortalecer a narrativa feminina e o protagonismo dessas artistas. E Glau, entendendo sua representatividade e sua visibilidade na cena musical e no mundo do samba do sul do país, resolveu dar voz a esses talentos. O intuito deste projeto foi propiciar às entrevistadas que tenham suas obras documentadas e que todos possam ter conhecimento, na atualidade e para gerações futuras. (veja mais neste link)

Todos os projetos que a artista participou na pandemia deveriam e merecem ser revisitados. É o caso da emocionante Yalodês, projeto que a artista participou em maio de 2021 de forma virtual e que só em 2022 ganhou os palcos gaúchos, com a participação da cantora Loma, Marietti Fialho e Nina Folla.  Eu confesso que este show ainda não tive a oportunidade de assistir de forma presencial, mas isso para um típico canceriano não é problema, quando o assunto é emoção.

O espetáculo é uma celebração das carreiras artísticas das quatro cantoras e compositoras que revisitam os próprios repertórios, costurando, assim, uma narrativa da história da música negra do Rio Grande do Sul.  O show foi captado integralmente em áudio e vídeo, mixado e masterizado, resultado que pode ser conferido pelo público no canal do YouTube da PUCRS. O intuito é que futuramente este projeto seja lançado pela internet através de documentário de média metragem. Este projeto também foi contemplado com a Lei Aldir Blanc. Talvez aí esteja, o grande trunfo ou herança que deixará a Covid-19: esses registros que ficarão para todo sempre nas respectivas plataformas de sua preferência, podendo assim, serem revisitados.

Glau é artista em constante movimento e, sendo assim, não precisa, necessariamente, ser notícia factual, mas compreendo o assombro do leitor em ficar surpreso por somente agora vir a esta página escrever sobre a maior artista gravataiense em evidência. Sim, ato falho, procrastinação e um pouco de represália também e posso explicar mais adiante.

Afinal, a quem diga, que o ano só começa efetivamente depois do Carnaval (aliás, preparem suas fantasias, vem aí o CarnaGlau e a artista vai voltar a botar seu bloco na rua, com direito a muito confete e serpentina, e claro, Pierrô e Colombinas). Já outros incautos admiradores e fãs ardorosos de reality shows, acreditam piamente que o ano só começa depois da estreia do Big Brother Brasil.  Eu, mais cético, não acredito nessas teses conspiratórias. Fui dando prazos, estipulando limites e, por fim, me dei um prazo pra maturar esse extenso artigo para minha amiga/irmã Glau Barros: não poderia ser depois da estreia do BBB.

Mas minha agenda assoberbada, com labutas e tarefas cotidianas – junte-se a isso, sou procrastinador confesso… Só então revelo que a demora em sair esta coluna ou esse extenso artigo à referente e sorridente mana da Fernanda Barros está igualmente ou inversamente proporcional ou é semelhante a espera que sofro para obter uma singela resposta da neta da Vó Dadá. Não que isso tenha sido uma espécie de sutil represália, mas para que minimamente ela compreenda que agi tal qual a solicitação da canção de Zilah Machado – Devagar, que está no repertório do primeiro e premiado trabalho. Afinal, devagar se vai ao longe. Eu fiz a minha parte e não perdi o foco. Dito isso: decreto oficialmente aberto o ano no estado somente depois do CarnaGlau.

Aparada nossas diferenças jornalísticas/musicais… venho inexplicavelmente e atrasadamente te desejar: feliz aniversário, feliz Natal e feliz Ano-Novo! Vida longa a ti e a tua exitosa carreira, pois tu és uma guria tri talentosa e TRILEGLAU. Agora se puder, claro, responda meus WhatsApps. Eu tenho certeza de que se vovó Dadá pudesse, puxaria tuas orelhas e mesmo assim, nada invalidaria o orgulho que ela certamente hoje teria por ti. Tá LEGLAU?

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