- Polícia
- 29 de abril de 2019
A casa em Gravataí que é sinônimo de solidariedade e respeito
A fachada não dá pistas da grandeza do que esconde atrás de seu portão. Para olhos desavisados, o imóvel, com cinco quartos, cozinha, banheiros e quintal, é só mais uma casa de passagem. No entanto, o visitante atento notará que o local é o endereço de quem enfrenta um momento delicado na vida e que precisa de cuidado. Um sonho construído pela vontade de inclusão e pelo desejo de acolhimento.
As pessoas em situação de rua precisam deste olhar atento para reconstruir suas vidas. Foi pensando em oportunizar essa ajuda, que a Prefeitura de Gravataí disponibiliza um espaço de acolhimento amplo e bem estruturado: A “Casa do Bem”. O nome do local foi dado pelo próprio Prefeito Marco Alba, por entender que a palavra “bem”, traz consigo o significado de solidariedade, igualdade e respeito. “A Casa do Bem é uma referência para a cidade, chamando a atenção da sociedade para o cuidado com o próximo, que é o nosso bem maior e o foco da minha gestão.”
Sediada na ERS-118, a unidade oferta serviço para pessoas adultas desabrigadas por abandono, migração e ausência de residência, ou ainda, pessoas em trânsito. Trata-se de um espaço capaz de abrigar 40 usuários, sendo 28 vagas masculinas e 12 femininas.
O secretário da Família, Cidadania e Assistência Social, Tanrac Saldanha, explica que a principal diferença do público a ser atendido na unidade é a transitoriedade, que não deve ultrapassar três meses. “São recebidos adultos ou famílias em trânsito, sem intenção de permanência por longos períodos”, destaca
O atendimento é qualificado e os espaços acolhedores. Durante sua permanecia, os usuários da Casa do Bem são orientados a confeccionar documentos, buscar um emprego formal e reconstruírem seus vínculos familiares.
Também estão inclusos no serviço oferecido aos usuários jantar e café da manhã. A equipe multiprofissional que realiza o atendimento é composta por educadores e assistentes sociais, cuidadores, serviços gerais, cozinheiras e um coordenador.”É uma sensação ótima de poder ajudar o próximo. Uma simples palavra amiga, muitas vezes faz sorrir”, Bruno Soccol, cuidador.
Fazendo toda a diferença
Carolina dos Santos da Silva, 25 anos, atualmente de passagem pela Casa do Bem relata sua atual experiência ao utilizar o serviço: “Estou aqui há poucos dias. Na Casa do Bem somos tratados com muito amor e carinho. Ah e digo mais, a comida que eles servem aqui é simplesmente maravilhosa”. Carolina fala ainda da família e das opções que fez antes de chegar aqui: “Minha mãe é uma das moradoras beneficiadas com as moradias novas do Loteamento Breno Garcia (um projeto social da Prefeitura de Gravataí junto à Caixa Econômica Federal), mas optei em não ir pra lá. Quero refazer a minha vida. Quero sair daqui com um emprego”, finaliza.
De acordo com Juliana Vieira de Oliveira, 20 anos, a passagem pela Casa do Bem é uma luz no fim do túnel: “O desemprego e o abandono da minha família me fez chegar até aqui. Conheci o meu companheiro e resolvemos sair de Porto Alegre. Minha sogra já usou esse serviço e nos indicou essa possibilidade temporária. Enfrentamos juntos essa situação difícil. Recebemos apoio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social e saímos todos os dias para vender chip de um operadora de telefone. Assim, tentamos juntar dinheiro para tentar mudar a nossa realidade”.
Critérios de seleção
Para conseguir uma vaga na Casa do Bem é preciso ter mais de 18 anos, um documento original com foto ou cópia original de um boletim de ocorrência. A entrada dos usuários ocorre a partir das 19h15. Já a saída acontecem às 6h30, após o café da manhã.
“Este espaço tem o objetivo de garantir os direitos dos usuários em situação de rua e os reinserir na sociedade. Trabalhando a sua autoestima, reafirmando a garantia de direitos e fazendo que tenha um novo olhar sob sua vida e, assim, trazer esperança para o momento que vive”, Marja Menezes, coordenadora.
*Com informações da Prefeitura Municipal de Gravataí