Uma cruz que marca o resgate das origens de Gravataí

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Padre Lucas Mendes deu a benção na Cruz Missioneira, fixada na rótula da ERS-118. Foto: Giro de Gravataí/Especial

“Para resgatar nossas origens e mostrar respeito aos índios que povoaram a Aldeia dos Anjos”. Foi com essas palavras que o prefeito Marco Alba, entre os cumprimentos dos diversos prefeitos das Missões presentes no ato solene, resumiu a instalação da Cruz Missioneira, que ficará eternizada na rótula de acesso da ERS-118 com a Avenida Centenário.

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Na semana em que Gravataí comemora 256 anos (1763 – 2019) dos primeiros registros de povoamento, a cruz simboliza a vinda dos índios guaranis, que chegavam dos Sete Povos das Missões, para a construção e idealização de Gravataí, que anos depois ainda se tornou distrito de Porto Alegre antes de se tornar um município.

A cruz pelas mãos do Vega

Com quase quatro metros. a Cruz Missioneira foi produzida pelas mãos do ferreiro José Vega da Costa – O Vega. O monumento com dois braços, remete a primeira cruz trazida para o Rio Grande do Sul pelos padres jesuítas em 1626 durante a colonização do Brasil, história que emociona o artista.

“Fico muito feliz em poder criar essa arte para a cidade. É uma emoção para mim ficar eternizado com meu nome junto à história do RS, junto aos primeiros povos que habitaram nossa região, aos índios que vieram para a Aldeia. Agora eu faço parte da história, e isso me emociona demais”, destacou Vega.

“Somos o meio da história”

Em outra oportunidade, Marco Alba destacou a união entre os prefeitos das cidades das Missões, contribuindo para o resgate da história documentada do RS. “É importante que tenhamos essa união entre as cidades que foram rota para os jesuítas, que através da fé e do amor, foram responsáveis pelo desenvolvimento da nossa região. Queremos contribuir para que aqui e lá se desenvolva o turismo histórico que mostra as nossas raízes”, destacou Alba.

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Marco ainda finalizou resgatando que o respeito e o amor foram fundamentais para a implantação da cruz na cidade, e que todos fazem parte da história. “Somos o meio dessa história. E se estamos no meio dela, é porque alguém batalhou para que ela fosse construída e é isso que devemos lembrar. Ter amor por essa gente, pela memória deles e saber que temos um compromisso com a história dessa cidade. A história verdadeira, documentada e reconhecida”, finalizou o prefeito.

Prefeitos e secretários se fizeram presentes no ato solene. Foto: Giro de Gravataí/Especial

Para saber

Além da Cruz, Gravataí também ganhou uma revista e um videodocumentário que foi lançado nesta sexta. “Gravataí Missioneira – Origens, vai contar como foi a chegada dos índios vindos das missões para construir a Aldeia dos Anjos. As obras contam com a participação de profissionais de diferentes áreas, como Fábio Kuhn, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) com graduação (1992) e mestrado (1996) em História – também pela Ufrgs – e experiência na área de História Social, com ênfase em História do Brasil colonial.

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Ele tem atuação destacada, principalmente, em temas como a história do Rio Grande do Sul setecentista, Colônia do Sacramento, fronteira, estratégias familiares, elites locais, administração colonial, contrabando de escravos e redes mercantis. Como historiador, Fábio Kuhn saudou a relevância da iniciativa, especialmente pelo destaque conferido ao grande aldeamento indígena na história inicial do Rio Grande do Sul.

Roteirista

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Autor de romances publicados em 10 idiomas, com incursões também no universo dos quadrinhos, além de diretor de cinema, Tabajara Ruas é o roteirista do documentário “Gravataí Missioneira – Origens”.

“Fiquei muito honrado com o convite, pois tratar da memória é sempre saudável para indivíduos e instituições. A comunidade de Gravataí está ganhou instrumentos úteis e eficazes para fortalecer o orgulho e a autoestima. Particularmente, fiquei feliz de voltar a trabalhar com Beto Souza, meu parceiro no épico ‘Netto Perde sua Alma’. E conhecer um artista talentoso, Jader Corrêa, autor das belas ilustrações do documentário e da revista”, disse.

O diretor

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Beto Souza é jornalista e cineasta, e estreou na direção de longa-metragem com o filme “Netto Perde sua Alma (2001)”, drama histórico ambientado nos pampas gaúchos no século XIX, realizado em codireção com seu conterrâneo Tabajara Ruas.

Convidado para dirigir o documentário “Gravataí Missioneira – Origens”, Beto diz que  a experiência missioneira dos Guaranis com os Jesuítas espanhóis e depois a sua miscigenação com portugueses, que vieram fixar a fronteira sul, dá ao Rio Grande uma formação social única no Brasil.

“Ao perceber esta história, o município dá um legítimo passo ao apoderar-se desta cruz, eternizando-a como um monumento simbólico. Fico feliz e agradecido por poder contar e deixar às futuras gerações essa grande narrativa, desde a diáspora guaranítica no século XVIII até a moderna e industrial Gravataí de hoje”, afirma.

Desenhista

Jader Corrêa é formado em Artes e trabalha há cerca de 27 anos com produções de charges, quadrinhos e ilustrações. Atualmente, é integrante do Dínamo Estúdio de Porto Alegre, onde desenha Sketch Cards, em diversas franquias como Marvel, DC Comics, Walking Deadpool e Game of Thrones. Jader é o responsável pelas ilustrações da revista e documentário “Gravataí Missioneira – Origens.

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