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- 22 de outubro de 2018
Um ano do maior ataque criminoso da história de Gravataí
Ninguém vai esquecer da madrugada do dia 22 de setembro de 2017, quando o som que tocava em uma festa no bairro Morada do Vale II deu lugar a uma série de tiros, tornando o bairro um campo de confronto pela disputa por pontos de tráfico de drogas na cidade, gerando pânico para os moradores e comerciantes.
Era por volta das 2h30 quando cerca de sete criminosos chegaram em dois veículos no local aonde ocorria a festa. Com armas nas mãos, eles ordenaram de forma rápida que todos deitassem no chão, e começaram a atirar. Taís Pires da Silveira, 24 anos, e Gabriel Mallet de Ataíde, 21 anos foram as vítimas fatais do ataque, e ficaram atiradas em meio as cápsulas das balas, que conforme a polícia na época, eram de diferentes calibres, entre eles, de fuzil.
As duas mortes já eram suficientes para deixar o bairro em luto, mas não só isso, a comunidade ficou estremecida após o número de feridos ter passado dos trinta. Semanas depois a Delegacia de Homicídios de Gravataí confirmou que 33 pessoas ficaram feridas no ataque, promovido por uma facção que lutava por um território, marcando o atentado como o mais sangrento da história da cidade.
O fato que trouxe a grande mídia para Gravataí, não só deixou em alerta a polícia, mas também o governo municipal, que na tarde de domingo acionou uma reunião emergencial com a cúpula da segurança, promovida pelo prefeito Marco Alba. Delegados, os comandantes da BM e Guarda Municipal trocaram informações e elaboraram algumas medidas para combater o tráfico de drogas na cidade, fator principal para o confronto entre as facções.
O atentado também foi avaliado pelo Facebook como um ataque semelhante ao terrorismo, emitindo um alerta para os usuários de Gravataí e região perguntando se estavam em uma zona segura, já que os algorítimos de programação do sistema, apontavam Gravataí como uma zona de confronto, o mesmo ocorrido na cidade de Las Vegas, e em países do oriente médico.
Os reforços
Um mês e dois dias depois do crime, Gravataí recebeu um reforço de guerra para combater a criminalidade que assolava a cidade. Ao todo, 190 policiais foram recepcionados pelas autoridades, e começaram uma varredura em Gravataí, declarando guerra ao tráfico de drogas e as facções, que contou com o apoio na época, da Plataforma de Observação Elevada, do helicóptero do Batalhão de Aviação da Brigada Militar (BavBM) e dos cães de faro da Brigada Militar.
Enquanto a BM trabalhava nas ruas, a Delegacia de Homicídios de Gravataí busca montar o perfil e identificar a facção por trás do ataque que deixou dois mortos e 33 feridos. No mesmo tempo em que os policiais chegaram na cidade, a Homicídios recebeu o reforço de seis agentes para trabalhar em cima do caso, devido ao grande número de vítimas e testemunhas a serem ouvidas.
Identificados e presos
Em menos de um mês o delegado Felipe Borba, titular da Homicídios, divulgou para a mídia a identidade dos suspeitos de participar do ataque a tiros. O primeiro a ser localizado, mas morto, foi o João Daniel Duarte de Souza, de 18 anos, que foi encontrado morto no dia 09 de novembro na zona rural de Gravataí. Ele apresentava ferimentos de arma de fogo e sinais de tortura.
Douglas Oliveira Carvalho, 23 anos e um menor de idade foram presos pouco tempo depois do crime. Eles foram apreendidos durante um patrulhamento da Brigada Militar (BM) no bairro Planaltina. O próximo a ser preso foi Everson Luís Menezes da Rosa, de 25 anos, detido no município de Caraá, no Litoral Norte do RS. Ele possui antecedentes criminais por tráfico de drogas, homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Bruno Belomo da Silva foi preso em Porto Alegre. Ele estava foragido desde o dia do crime, e de acordo com a polícia, possuia diversos antecedentes criminais. O último preso foi o jovem Carlos Emanuel da Rosa Generoso, 23 anos estava caminhando na rua em Porto Alegre quando foi reconhecido e abordado por policiais. Ele portava uma pistola 9mm e carregadores.
Redução nos homicídios
Desde as medidas adotadas pelo governo, e a resposta rápida das forças de segurança de Gravataí, o número de homicídios na cidade teve uma redução significante, conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. O número de homicídios registrados no primeiro semestre de 2018, em Gravataí, teve redução de 56,47% quando comparado com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, 37 crimes deste tipo ocorreram na cidade, contra impressionantes 85 mortes contabilizadas no primeiro semestre de 2017.