Quatro anos depois, Caso Acimar Silva ainda aguarda condenação dos acusados

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Foto: Acimar como prefeito interino | GES/Especial

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Foi no dia 15 de julho, pouco depois das 12h17 daquele dia frio e chuvoso que amigos, familiares e colegas de serviço recebiam a notícia de que o então secretário de Agricultura e Abastecimento de Gravataí havia dado entrada no hospital vítima de um disparo de arma de fogo. Centenas de pessoas se reuniam em frente à casa de saúde em busca de informações.

Não demorou muito para que a notícia que vinha de dentro do hospital, fizesse com que algumas lojas fechassem mais cedo, a prefeitura decretasse luto oficial e a polícia iniciasse uma busca implacável pelos responsáveis. Ali, em meio a dor e muito choro era comunicado o falecimento do ex-prefeito Acimar Silva.

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As primeiras informações sobre o crime

A morte do político de Gravataí levantou uma série de teorias. O assassinato investigadores da então recém criada Delegacia de Homicídios, e da 1 DP, se dirigiram até a residência de Acimar, no bairro Sítio Gaúcho para entender como ocorreu a tragédia, que até hoje aguça o imaginário da sociedade gravataiense.

Lá os vizinhos já contavam parcialmente oque poderia ter ocorrido. A informação que chegava até os agentes era de que pelo menos três homens teriam participado de uma tentativa de assalto frustrada e teriam fugido para a zona rural da cidade, já levantando suspeitas por parte da polícia.

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Horas depois, ainda no dia do crime, um homem de aproximadamente 40 anos confirmou a participação de três criminosos na morte de Acimar. Ele havia sido abordado pelo trio que roubou seu veículo Ecosport para fugir pela ERS-030. Mais tarde a perícia encontraria marcas de sangue no banco do veículo roubado, esse recuperado horas depois, ainda no município. No entanto, a polícia nunca confirmou se o DNA pertencia a um dos criminosos que participou da ação.

No outro dia, choro, dor e comoção

Novamente mais um dia chuvoso e gelado na cidade. O clima era pesado e a tensão passa de esquina para esquina. A população ainda anestesiada após e morte de um dos maiores líderes políticos da cidade. No saguão da prefeitura, o corpo de Acimar Silva era velado por centenas de pessoas. Uma estrutura havia sido montada em frente ao executivo e a rua permaneceu fechada durante todo o velório.

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Nas redes sociais, milhares de mensagens chegavam em memória dele. Ali também seus companheiros tradicionalistas perfilavam os cavalos, juntamente com o seu, sem ninguém montado, apenas carregando as botas e as vestimentas que um dia o Acimar usou. Próximo das 13h o corpo do ex-prefeito foi colocado em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros e levado até o cemitério na Morungava, aonde foi enterrado.

 

 

Foto: Cavalo de Acimar durante seu velório | Divulgação 

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Dobradinha de delegados e a dinâmica do crime

O crime que mobilizou Gravataí parece que também havia mexido com a própria polícia. Anderson Spier e Alencar Carraro, ambos delegados da cidade, uniram suas equipes na incansável investigação sobre a morte do líder político. Após colher pelo menos cinco depoimentos eles já tinham entendido a dinâmica do crime, e analisado que tratava-se de um suposto latrocínio (roubo seguido de morte) por um assalto mal sucedido.

Vestido com um roupa de carteiro um dos criminosos, com um pacote em mãos, chegou em frente a residência de Acimar e gritou que havia uma entrega no nome dele. Com o portão ainda aberto, porque recém havia chegado para almoçar, pediu que o carteiro viesse até ele. Quando percebeu a aproximação do criminoso, e viu tratar-se de um assalto, Acimar acabou reagindo, entrando em luta corporal. Ao ver a briga, os outros dois comparsas do assaltante/carteiro entraram no pátio. Ali houve três disparos, um deles acertou Acimar. Ele foi socorrido por vizinhos, mas morreu ao dar entrada no hospital.

A “chuva de ligações” e os primeiros suspeitos

Durante meses os telefones da delegacia não paravam de tocar. No outro lado da linha milhares de ligações com informações e suposições sobre a morte de Acimar. Na época, segundo o delegado Alencar Carraro, todas as informações que chegavam eram averiguadas pelos investigadores. Muitas apontando políticos de Gravataí como mandantes da morte de Acimar, configurando um crime político. No entanto a polícia nunca confirmou os boatos. Ainda hoje muitos não acreditam que Acimar tenha sido morto em um latrocínio, e atribuem a morte dele a um jogo político, devido a sua ascenção.

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Passado os primeiros seis meses de investigação, a polícia já sabia que pelo menos quatro pessoas tinham participado, direta e indiretamente do crime. O primeiro criminoso foi preso cerca de três meses antes, após se envolver em uma troca de tiros com policiais militares de Porte Alegre. O homem, de 30 anos, era um velho conhecido da polícia, mas não tinha ligação com Gravataí.

 

 

O que ampliou o campo de investigação da polícia. A participação do preso com a morte de Acimar foi confirmada pela arma utilizada por ele, a mesma que teria ferido o líder político. A prisão também confirmou a tese de que o bando não atuava em Gravataí, e que o serviço pudesse ter sido indicado por alguém, mas não para matar Acimar, e sim para um assalto a sua residência.

Aguardando a condenação

No processo, que contém mais de 1.200 folhas e que ainda aguarda a condenação dos acusados, dois homens são apontados como autores legítimos do crime. Ademir Bica de Moura e Marcelo Santos Lacerda, ambos natural de Porto Alegre, aguardam o julgamento, e estão recolhidos no presídio central.

Escutas telefônicas, obtidas pela investigação por meio de autorização judicial, confirmou que os criminosos foram os “cabeças” do crime, mas que teriam recebido informações privilegiadas de uma pessoa – até hoje nunca identificada. Conforme fontes consultadas, e que investigaram o caso na época, os criminosos – que dividiam suas atividades no camelódromo entre a venda de celulares roubados e falsificação de documentos, teriam planejado o assalto, tendo em vista o poder aquisitivo de Acimar, mas sem conhecer ele.

 

 

Extra

Na fuga os criminosos tomaram a ERS-030 no sentido Glorinha, fazendo o motorista do veículo em que eles trafegavam refém. A polícia reforçou e comprovou que eles não seriam de Gravataí, pois não conheciam as saídas das cidade.

Dez pessoas foram ouvidas pela polícia, entre secretários, amigos, vizinhos e familiares de acimar. Um equipamento, conhecido popularmente como “máquina da verdade” ajudou no inquérito para apurar a participação de alguém na morte do político. Todas testemunhas negaram a participação no ataque contra Acimar, e todos falaram a verdade, conforme conclusão do perito, reforçando a hipótese de latrocínio.

Um vereador chegou a ser investigado após uma depoente ter dito em depoimento que Acimar recentemente tinha se desentendido com o político, e que os motivos teriam sido as alianças dentro do partido. No entanto a polícia também apurou e descartou qualquer participação, finalizando o caso como latrocínio.

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