Preso com com doença contagiosa coloca em risco a vida de agentes em Gravataí

Preso com com doença contagiosa coloca em risco a vida de agentes em Gravataí
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Foto: Giro de Gravataí/Especial

“Eu quero ir pra qualquer presídio do estado. Não me importa, mas aqui eu to morrendo e ofereço risco pra todo mundo”. As palavras são de Dilamar Almeida Machado. Detido sob a custódia de dois agentes da Guarda Municipal de Gravataí, ele faz questão de dizer o nome e publicizar sua foto, já que aguarda há dois dias por uma vaga no sistema prisional.

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Recapturado pela Guarda após uma tentativa de furto na Avenida Antônio Gomes Corrêa, no Parque dos Anjos, e com mais de vinte anos a cumprir por crimes desde 1994, ele aguarda isolado em um carro sucateado, que foi colocado lá recentemente, trocado por uma viatura que servia como cela.

Além de ser soro positivo, o acusado também contraiu tuberculose, doença respiratória contagiosa, e que coloca em risco, não só sua vida, mas a dos agentes que a cada duas horas fazem a troca de guarda. Sem o coquetel para o tratamento do HIV, e com a imunidade baixa por conta da doença, ele apresenta graves fissuras nas partes baixas do corpo, e que segundo ele, já estão infeccionadas. “O senhor tem que ver. Eu até evito de ir no banheiro. Tão infecionadas, to usando um pano pra cobrir. To em carne vive aqui”, conta.

Na hora de conduzir o preso, os guardas utilizam de luvas descartáveis, mas tentam manter o máximo de distância do homem. “Ele tá evitando ir no banheiro, mas quando pede para ir temos um cuidado enorme. Pra contrair tuberculose é muito fácil”, conta um agente, que a pedido, não se identificou.

O banheiro é comunitário dos presos. Para chegar nele, é preciso entrar pela porta da delegacia, passar pela ala aonde aguardam as vítimas, atravessar as salas dos policiais civis, até chegar no sanitário, situação, que nas condições de Dilamar, impossibilita ainda mais o translado.

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Problema antigo

Em frente a Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, outros oito presos aguardam transferência nos dois ‘camburões’ da Brigada Militar (BM). Dentro da delegacia, a cela já está lotada. Ao todo, mais de dez presos estão contabilizados no sistema, aguardando vaga nos presídios.

Para um agente da Polícia Civil, o trabalho é incansável até na hora de pedir vaga. “É uma briga diária. Mandamos a relação dos presos e a Susepe informa se tem vaga. Quase nunca tem, então ocorre o que já estamos acostumados a ver, superlotação e precariedade”, disse um policial que não quis se identificar.

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Sem transferência, ele ameaça. “Pra mim é fácil. Não é uma ou duas algemas que vai me prender aqui. Só quero ser tratado igual ser humano. Pra me cortas aqui é fácil, dai quero ver como vai ser, eles vão ter que me levar. Eu não quero estragar o serviço deles, mas tá difícil”, disse o preso, exaltado.

Extra

O comando da Guarda Municipal de Gravataí informou que as medidas cabíveis estão sendo tomadas e que está tentando uma transferência do preso ao Hospital Vila Nova, na Capital.

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Por motivos de segurança, o rosto de Dilamar não foi mostrado na reportagem.

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