A peregrinação do aspirante a frei até a sua prisão

A peregrinação do aspirante a frei até a sua prisão
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Walter Garcez nas redes sociais com crianças e adolescentes que atendia irregularmente na profissão de psicólogo.

Atencioso, educado e muito prestativo. Foram estas as características dadas pelos colegas e conhecidos do aspirante a frei, que se denominava, Nicolau Matescu, e que foi preso na manhã do dia 18 de novembro, na comunidade onde atuava com projeto sociais, no bairro Morada do Vale 2, em Gravataí. No dia anterior, sexta-feira (17), a mãe de um dos jovens que teria sido aliciado pelo aspirante, denunciou o caso ao conselheiro tutelar e acompanhou as últimas conversas entre o acusado e seu filho, assim revelando as intenções de Nicolau, que mais tarde se descobrirá sua outra identidade.

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Ao receber a denúncia, o Conselho Tutelar de Gravataí buscou recursos para que o flagrante pudesse ser feito, já que o acusado havia marcado um encontro com um menor na manhã do sábado, no salão paroquial da igreja onde atuava. Munidos de diversas provas, onde o aspirante aparecia oferecendo dinheiro, pedindo fotos e marcando encontros para relações sexuais com os menores, os conselheiros não conseguiram com que fosse expedido um mandado de prisão para o acusado, assim tendo que atuar com as “ferramentas” que tinham.

Prisão sob ameaça

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Se por um lado os conselheiros estavam correndo contra o tempo para conseguir a prisão de Nicolau, por outro, ele articulava e continuava a pedir fotos para os jovens com quem conversava nas redes, mas mantendo-se alerta para qualquer tipo de desconfiança por parte das vítimas. No outro lado, no celular do jovem, a mãe, que denunciou o aspirante, acompanhava atenciosamente as conversas, criando assim, um arsenal de provas com o acusado. Era início da madrugada quando a conselheira a frente do caso, Sônia Hartz, recebeu a informação da mãe da vítima, que Nicolau havia desmarcado o encontro que teria pessoalmente com o menor, assim deixando sob suspeita se ele havia descoberto que mais tarde estaria atrás das grades.

Foto: Gabriel Siota Ganzer/ Giro de Gravataí

As identidades começam a cair

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Era por volta das 09h da manhã quando os conselheiros chegaram, acompanhados da Brigada Militar (BM), na comunidade Santa Rita de Cássia, onde o acusado estaria fazendo o atendimento. Mesmo tendo desmarcado a consulta particular com o menor que ele tentava aliciar, os conselheiros apostaram e localizaram Nicolau no local. Se fazendo de desentendido, ele se manteve com postura e serenidade, como havia relatado uma das conselheiras no dia da prisão.

Ao chegar na delegacia, Nicolau foi encaminhado para a sala de contenção, onde logo prestaria depoimento para a delegada de plantão. Ali ele continuava a sustentar que havia nascido em uma cidade na Romênia e teria conquistado cidadania Uruguaia, onde lá, chamava-se Walter Frederico Garcez, o que acabou levantando suspeitas a respeito de sua verdadeira identidade. Em poucas palavras, no depoimento, ele afirmou que teve sua conta do Facebook invadida por hackers e que não praticou nenhum tipo de crime. Nicolau, que agora também era Walter, foi levado à cadeia pública de Porto Alegre.

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Brasileiro legítimo

Foi nesta última semana que a Polícia Civil de Gravataí confirmou a fraude. Conforme os resultados dos exames do IGP, foi possível confirmar que Walter tinha nacionalidade brasileira, e que havia nascido na cidade de Santos, litoral paulista. Walter Frederico Garcez, era o nome do seu pai, o que facilitava suas ações, já que ele não possuía antecedentes. No entanto, foi descoberto que seu nome verdadeiro era Walter Garcez Filho. Mais afundo no caso, através de suas digitais, a civil ainda confirmou que o acusado era procurado em Santos pelo mesmo tipo de crime, e que tinha mais de dez anos de pena a ser cumprida pela justiça daquele estado.

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Acusado utilizada da identidade do pai | Foto: Gabriel Siota Ganzer/Giro de Gravataí

Inquérito fechado, mas a polícia continua de olhos abertos

Embora o inquérito tenha sido concluído, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), de Gravataí, ainda se mantem atenta para saber se Walter praticou os crimes em outros estados ou cidades do Rio Grande do Sul, já que havia passado por outras congregações ao longo de sua peregrinação perversa. De acordo com a delegada Priscila Salgado, titular da DEAM, não é possível afirmar se existam mais vítimas que tenha sofrido nas mãos do aspirante, mas ela garante que mesmo com o inquérito concluído, a delegacia está de olhos bem abertos e se precisar, será aberto um novo processo para apurar os demais crimes, informou ela.

Vídeo da prisão do aspirante a frei 

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