- Geral
- 11 de março de 2020
Padre Fabiano | Uma nova década desponta
A primeira quinzena de março está chegando ao fim – quase três meses do ano se passaram, em pouco tempo estaremos às portas de 2021, dirão os ansiosos – e uma reflexão me vem à mente: estamos iniciando uma nova década! Não sei se você parou para pensar nisso, caro leitor, cara leitora. Estamos iniciando a segunda década do terceiro milênio.
Volto 20 anos no tempo: ano 2000. Na verdade, volto ao final da década de 90. Preparávamo-nos para o ano 2000. A Igreja Católica lançara a campanha “Rumo ao terceiro milênio.” O Papa João Paulo II pediu que se celebrasse um tríduo em preparação ao ano 2000, em 1997, 1998 e 1999. Os católicos do mundo todo eram convidados a se prepararem para comemorar os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. O Brasil preparava uma grande comemoração de seus 500 anos de descoberta. Foram dias de festa.
Mas lembro também a preocupação que muitos estampavam no rosto: pensavam 2000 seria o ano do Apocalipse, o fim do mundo. Para os religiosos, uma intervenção divina que acabaria com o mundo corrompido, a exemplo do que já acontecera no dilúvio; para outros, uma hecatombe nuclear causada pelo crescente conflito entre as nações. Pululavam previsões apocalípticas de todos os lados, videntes brotavam da terra dando detalhes de que como seria o tenebroso ano 2000, o que provocava arrepios em muita gente.
Pois bem, estamos em 2020. Há vinte anos, um novo século e um novo milênio despontavam à nossa frente. Muitos sonhos e planos. Quem nasceu naquele ano, já está com vinte anos, na fase adulta, talvez até com família constituída. Começos sempre nos colocam diante de uma estrada desconhecida cujo final é mais desconhecido ainda: nascimento de filhos, casamento, começo de emprego, moradia. Da mesma forma, o começo de uma década. O que nos espera nesses próximos vinte anos? O que nos reserva a década de 20 do século XXI? Perguntas das quais não conseguimos fugir.
Apesar de tantas situações limite que enfrentamos a nível nacional e mundial – extrema polarização na política, epidemia de coronavírus, conflitos entre nações – estou vivendo uma fase otimista em minha vida. Encaro a nova década com realismo mas também otimismo. Ao final dos anos 20 – 2029 pra ser mais exato – atingirei a marca do meio século, o que, em vez de me colocar no caminho da amargura, por estar indo do meio para o fim da vida, me deixa ainda mais otimista, pelas coisas boas que já vivi, que já realizei, e pelas que ainda vou realizar. E exorto a cada leitor dessa coluna, que encare a nova década assim: com realismo e otimismo. O que acontecer nos próximos dez anos, depende somente de nós.