O que já se sabe sobre a morte de funcionária em quarto de motel em Gravataí

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Policiais extraíram as seis horas de gravação do circuito interno das câmeras do motel. Foto: Gabriel Siota Ganzer/Giro de Gravataí

Foi na manhã desta segunda-feira (12) que os investigadores da Polícia Civil chegaram ao motel. A presença de policiais da 2ª Delegacia de Polícia (DP) já revela a linha de investigação. Isso porque a Delegacia de Homicídios de Gravataí, inicialmente acionada no dia do crime, entendeu que o caso está configurado para um latrocínio – roubo seguido de morte, transferindo a investigação da mesa do delegado Eduardo do Amaral para a do delegado Gustavo Bermudes, responsável pela 2ª DP, há menos de 800 metros do local do crime.

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A polícia chegou até a principal linha depois que, tanto as informações de testemunhas, quanto as imagens assistidas pelos agentes no sábado (10), deram conta de que o suspeito havia furtado mais de cem reais do caixa do motel, que fica dentro da recepção, local de serviço da vítima, a haitiana Germanie Paul, de 29 anos. Em seguida, ele revira algumas outras gavetas e foge pelo portão principal do estabelecimento.

A entrada do suspeito

Conforme a administradora do motel, que por questões de segurança preferiu não se identificar, o suspeito do crime chega ainda na noite de sexta (09). Acompanhado de uma garota de programa, ele aluga um dos 17 quartos ativos do motel. Já no início da madrugada, as câmeras internas do estabelecimento flagram a mulher que acompanhava o homem indo embora, ficando apenas ele no quarto.

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Foto: Gabriel Siota Ganzer/Giro de Gravataí

No meio da madrugada, sem precisar a hora, o suspeito sai e vai até a recepção, aonde está Germanie. Eles conversam por alguns minutos e ela sai com ele, caminhando pelo pátio até o quarto aonde estava instalado. Minutos depois, eles retornaram à recepção. Ainda conforme a proprietária, a cena se repete outras duas vezes, até que o homem volta sozinho à entrada.

“Dá pra ver nas imagens que eles caminharam por duas ou três vezes juntos durante a madrugada. As idas eram do quarto para a recepção, da recepção para o quarto. Na primeira vez que saíram não ficaram mais de cinco minutos, e voltaram. Em um outro momento, ela está na recepção e ele vem, fica escorado na janela, com as pernas cruzadas e cigarro em mãos, como se estivesse conversando, ou insistindo com ela. Parece que se conheciam”, disse a proprietária, que há 13 anos administra o local.

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Outros detalhes até a saída do suspeito

Já passava das cinco da manhã quando Germanie saiu, encostou a porta da recepção e foi, acompanhada do suspeito até o quarto dele. Minutos depois, o homem, de estatura mediana, sai do quarto, entra na recepção, testas as chaves do caixa até que força a abertura da gaveta roubando o dinheiro que ali estava. Em seguida, com um moletom e de capuz, usando os chinelos do próprio motel, abre o portão e foge. “Pelo jeito que saiu, acreditamos que seja alguém da região aqui”, comentou um investigador.

No quarto aonde Germanie foi encontrada, o homem trancou a porta antes de sair. A janela quebrada, até então, não dá indícios do que pode ter ocorrido no interior. Preliminarmente a perícia não encontrou nenhuma lesão recente no corpo da vítima. De acordo com os primeiros investigadores, ainda no dia do crime, ela tinha dois pequenos sangramentos na boca e no nariz. Inicialmente, a polícia cogita a morte por asfixia, mas aguarda os laudos periciais. “Acreditamos que tenha sido morta asfixiada, mas agora vamos analisar detalhadamente as imagens para identificar o suspeito”, conta o delegado Gustavo Bermudes.

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Germanie queria voltar para o Haiti

Não satisfeita com a vida no Brasil, Germanie, que tinha afinidade com a administradora do motel, revelou a ela que tinha pretensão de voltar ao país de origem para ficar com sua mãe, e chegou a combinar sua demissão para receber os direitos trabalhistas.

“Ela me contava que estava insatisfeita no Brasil, algum problemas pessoais, na sua casa, com seu esposo, também motivavam ela a morar sozinha e querer voltar para o Haiti. Ela combinou para demitirmos ela para que recebesse todos os direitos. Ela ia juntar esse dinheiro e partir. Fora alguns atrasos no seu horário de serviço, sempre foi uma boa funcionária”, conta a administradora, ainda em choque com a morte de Germanie.

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A empresa está prestando toda a assistência para a família e quer o caso solucionado. “Nós queremos ajudar a esclarecer o crime. Infelizmente aconteceu aqui dentro. Lamentamos demais pela morte dela, era uma boa pessoa”, contaram eles à reportagem.

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