Mensalidade durante isolamento causa polêmica entre escola e famílias de alunos em Gravataí

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Escola tem oferecido conteúdo a distância para os alunos. Foto: Ana Cristina/Colégio Dom Feliciano

Com a pandemia de coronavírus, a rede de ensino está paralisada, mas algumas escolas, principalmente particulares, seguem passando conteúdo via internet e cobrando mensalidades. É o caso do Colégio Dom Feliciano de Gravataí. Mas com muitos estabelecimentos fechados, muitas famílias de alunos sofreram redução em suas rendas e pedem uma redução nas mensalidades, o que coloca pais e diretoria em lados opostos.

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Um grupo de familiares de alunos divulgou uma carta aberta endereçada à Direção da escola. No documento, que conta com 529 assinaturas, eles lembram os impactos financeiros do isolamento, a recomendação do Ministério da Saúde para que as instituições de ensino permaneçam fechadas até o final de abril, no mínimo, entre outras situações decorrentes da crise, como as reduções de salários.

Eles também argumentam que a modalidade de aulas, contratada para ser presencial, tem acontecido a distância e que, com isso, o Colégio acaba tendo uma redução de custos. “Por exemplo, a redução de segurança, salas não utilizadas, diminuindo consideravelmente a quantidade e frequência de limpeza, consumos de luz, água, ar
condicionados, insumo”, diz o texto.

Com base nestes pontos, o documento pede que a escola reduza o valor das mensalidades em 60%. Eles pedem também o parcelamento. “De outra via, como alternativa pede-se ainda que o prazo para pagamentos seja
prorrogado/diferido e/ou autorizado o parcelamento em 12 meses, com carência de três (03) meses, garantindo-se, ainda, o desconto aqueles que efetuarem o pagamento até 30 de junho de 2020”.

Resposta da escola

Na tarde de ontem (02), a diretoria do Dom Feliciano enviou um e-mail para os pais, com um comunicado da Rede ICM, mantenedora da escola. O texto lembra que a mudança da modalidade de ensino não é por escolha da instituição. “Embora cientes de que as aulas presenciais sejam a modalidade ideal no atendimento do Ensino Básico, esta não é uma opção da Escola e sim aquilo que no momento é possível e permitido pela Lei”, a mensagem ainda afirma que o contrato é por anuidade, podendo ser parcelada em 12 vezes.

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A instituição ainda afirma que a maior parte de seu orçamento é comprometida com a folha de pagamento e outros custos que não foram minimizados com a suspensão das aulas presenciais. “O maior custo das Escolas é o salário dos Professores e Funcionários Administrativos, o qual estamos mantendo integralmente, inclusive com reajuste do INPC anual a serem pagos no salário do mês de março. E seguem, outros custos, como materiais de laboratórios, materiais de higiene e limpeza, serviços terceirizados com termo de contrato, água, luz, internet, taxas públicas e os custos proveniente de adequação para os estudos domiciliares”.

Na sequência, um texto assinado pela diretora do Colégio Dom Feliciano, Irmã Jane Segaspini, abre a possibilidade de renegociar as mensalidades. “Estamos abertos ao diálogo. Essa é a nossa postura e não mudaria num cenário tão complexo. A família que tiver dificuldade e necessitar renegociação das mensalidades do período de atividades domiciliares, envie e-mail para [email protected]”.

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Polêmica continua

A reportagem do Giro de Gravataí conversou com um pai que não quis se identificar. Ele diz que a resposta dada pelo colégio não atende à demanda dos pais. “O que solicitamos é uma conversa com a escola para entender os motivos deles em não pensar em nenhum tipo de desconto, e também pode colocar nosso lado”, afirmou.

“O Colégio não está se mostrando minimamente disponível em abrir um diálogo com os pais ou responsáveis para, a partir disso, colocar as necessidades dos pais, as necessidade do colégio para a gente chegar em um acordo para estes dois, três quatro meses”, analisou.

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No entanto, ele afirma esperar uma mudança de posicionamento. “Mas acreditamos ainda no bom senso e no diálogo para tentar achar uma solução junto ao colégio”, revelou.

O que diz a diretora

Nossa reportagem também conversou por e-mail com a Irmã Jane Segaspini. A diretora lembrou que o momento é delicado e afeta a todos, escola e responsáveis. Ela afirmou que a instituição está tratando de maneira individual com as famílias que a procuram. “A escola está negociando com todos os pais que estão entrando em contato. Estamos fazendo isso a todos momento, para todos os pais que nos procuram. Porém, seguindo orientações da Mantenedora, estamos recebendo e respondendo caso a caso”.

Irmã Jane afirmou também que após o e-mail encaminhado, muitos responsáveis já entraram em contato com o setor financeiro para negociar. “Estou acompanhando de perto e nenhum pai/responsável ficou sem atendimento até agora, a não ser que o referido pai não tenha se utilizado dos e-mails que foram enviados pelas redes sociais”.

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A diretora ainda explicou que a escola não dispõe de recursos para manter as contas em dia sem que haja a entrada de recursos. Ela conta que o colégio faz parte de uma rede de 16 escolas e que boa parte da arrecadação é voltada para projetos socioassistenciais. Neste momento, por exemplo, há obras socioassistenciais nossas que estão acolhendo necessitados em função da situação pandêmica. É para que essa Rede de apoio à vida funcione que nós trabalhamos. Então, a manutenção do pagamento das mensalidades alimenta toda uma organização que não se esgota no Colégio Dom Feliciano. Há muita gente necessitada que é amparada” afirmou.

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