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  • 16 de outubro de 2019

Grupo denuncia pelo menos quatro conselheiras no MP por crimes eleitorais em Gravataí

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Seis ex-candidatas às eleições do Conselho Tutelar de Gravataí em 2019, denunciam no Ministério Público (MP) crimes eleitorais, que segundo elas, foram cometidos por pelo menos quatro conselheiras tutelares eleitas no último dia 06 de outubro, data das eleições. O dossiê entregue à promotoria na tarde desta quarta-feira (16), contém fotos, vídeos e até mesmo um áudio mostrando as irregularidades durante os períodos de votação e apuração dos votos.

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Documento do dossiê montado pelas ex-candidatas relatando as irregularidades na eleição para o Conselho Tutelar de Gravataí. Foto: Giro de Gravataí/Especial

O Giro de Gravataí obteve acesso ao documento formal, direcionado à promotora Juliana Nahas Gavião, titular da 2ª Promotoria de Justiça Especializada de Gravataí. O primeiro ponto destacado foi a falta de efetivo do policiamento ostensivo da cidade, facilitando as chamadas “bocas de urna”, flagradas nos bairros Vera Cruz, Morada do Vale e Vila Rica, conforme as provas contidas nos arquivos. Erro nas urnas e as grandes filas que se formavam também teriam contribuído para tornar o processo de votação irregular, que é coordenado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

Com provas, as denunciantes sustentam também que veículos de amigos, parentes e até mesmo o de candidatas foram usados para transportar eleitores durante todo o dia da votação. Carros eram abastecidos e circulavam nos bairros abordando moradores para irem às zonas eleitorais. Em frente as escolas, era possível ver a intensa movimentação dos mesmos veículos, que desembarcavam de 3 a 5 pessoas, e aguardavam em frente à instituição para retornar com os eleitores.

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Se não bastasse as irregularidades, comuns nas eleições aonde o exercício do voto não é obrigatório, vereadores de Gravataí, considerados ‘padrinhos políticos’ das candidatas, são citados pela compra de votos. Uma das negociações teria ocorrido na Escola Érico Veríssimo, no bairro Vera Cruz. “Ele ofereceu dinheiro na nossa frente pra que votassem na candidata que ele estava apoiando”, contou uma das denunciantes. Conforme o documento, campanhas nas redes sociais no dia da votação também foram flagradas, o que é proibido por lei.

Outras denúncias como negociações em igrejas, e votos sob ameaça de perda de auxílios, também foram informados, mas não constam no documento por falta de provas contundentes, explicou uma das ex-candidatas, que por medo de represália, preferiu não ser identificada. “Temos essas provas também. Eles falavam que se não votassem, possivelmente perderiam a ajuda de cesto básico ou algum outro auxílio que recebem. Esse caso ocorreu em um bairro carente aqui da cidade, mas a família não quis denunciar, e por medo, aceitou”, contou.

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Anulação da eleição ou casação das candidatas envolvidas

Das seis ex-candidatas, apenas uma decidiu falar com a reportagem. Sem medo, e disposta a denunciar as irregularidades, a dona de casa, Angela Cristina André Sumaque Barcellos, de 55 anos, que computou 154 votos na eleição, se tornou a representante do grupo e sustenta as denúncias com as provas, segundo ela, contundentes, e acredita na ação do Ministério Público (MP).

“Nos reunimos para expressar o sentimento de nojo, de desprazer pelo processo. Foi uma eleição suja, e escancarada. Tanto do lado ‘A’ quanto do lado ‘B’. Eu não devo nada para ninguém, sempre trabalhei e luto por um futuro melhor, e ver o que todas nós vimos, e não fazer nada é estar compactuando com a corrupção”, destaca Ângela.

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Ela complementa: “Eu sabia das minhas limitações, de que seria quase impossível me eleger. Entrei pra tentar auxiliar ainda mais no meu trabalho, que é silencioso. Muitos podem achar que isso é choro de quem perde. Não é! Não vamos nos calar. É preciso levar isso adiante para que tenhamos uma cidade, um país mais justo”, contou ela.

 O que diz o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) sobre a denúncia na organização e condução do pleito? 

A presidente do CMDCA, Patrícia Gautério Dias, não atendeu as ligações feitas pela reportagem. Por áudio, ele informou que não trata por telefone os assuntos envolvendo o conselho.

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O Giro de Gravataí não cita o nome dos envolvidos até a manifestação do Ministério Público.

 

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