Felipe Jardim | Reminiscências de um tempo de outrora

Felipe Jardim | Reminiscências de um tempo de outrora
Continua Depois da Publicidade

A brisa está começando a ficar mais fria… No final de tarde, com jeito, ela vem beija a “quincha” deste rancho…

Continua Depois da Publicidade

Um rancho de tábua, telhas de barro, simples, mas cheio de vida, é o que me abriga nessa chegada de outono!

No pátio, árvores centenárias percorrem os metros de chão. Árvores que se pudessem falar contariam histórias da minha infância, das caçadas de bodoque, das sestas num mês de novembro, de tantas aventuras, ainda piá, correndo no potreiro sem me preocupar com nada, absolutamente nada!

Continua Depois da Publicidade

– Será que um dia ainda vão existir essas terras?  Dizia minha avó, descascando uma bergamota, olhando pra mim.

– Tanto se fala em evolução e “autos” por ai, estrada nova sendo feita, “inté” dá um medo na gente! Sorria e provava aquela fruta que tinha um sabor especial, plantada, cultivada e colhida por aquelas mãos cheias de amor e carinho e cheias de calos do trabalho pesado do dia a dia.

Continua Depois da Publicidade

As “terra” do “cumpadre Cálos”, já não são mais as mesmas! Agora o tom mais “medroso” toma a fala de alguém que nunca teve medo de nada para criar dez filhos enquanto dividia o tempo com a roça e os afazeres domésticos.

O jeito simples no linguajar e na forma de enxergar as coisas remontam lembranças da minha avó. Uma mulher que passou duras penas num tempo de escassez! Diga-se pra que se esclareça: escasso de dinheiro, esse que pra muitos é significado de vida feliz! Pra ela a felicidade era outra coisa: uma visita dos compadres, um chimarrão ao fim do dia, um café com leite e bolacha na volta do fogão a lenha, melhor ainda se fosse acompanhado pelos filhos, genros, noras e netos.

Continua Depois da Publicidade

Como aprendi com esta moça! Moça sim, pois apesar dos seus mais de oitenta janeiros, o coração e o sorriso demonstravam a beleza de se viver à vida, de verdade!

A velha saudade rebrota em meu peito e o passeio continua… Visito este rancho de tábua e com telhas de barro onde passei minha infância.

Continua Depois da Publicidade

Ali está o forno a lenha, no terreiro, de onde saíram os melhores pães do mundo!

Ali estão restos de canteiros tomados de ervas daninhas, evidenciando resquícios de onde, noutros tempos, existiram hortas lindas e viçosas!

Ali está o potreiro, ainda grande, mas vazio, sem nenhuma rês… Sem a malhada, a vaca que minha avó tirava leite, cedinho, todos os dias…

Continua Depois da Publicidade

Ali está o galpão com um “giral”, moídos pela idade, mas que são cernes que guardam relíquias de um tempo passado! Foi ele quem abrigou inúmeras histórias em rodas de mate e conversas entremeio aos seus esteios…

Tantas relíquias do tempo de guri!

Alguém certa vez disse: “Recordar é viver!”…

Pois bem, não sei quem foi, mas, com toda a certeza, deve ter conhecido o rancho dos meus avós!

Continua Depois da Publicidade
Continua Depois da Publicidade

Notícias Relacionadas

Suspeito identificado e funcionária demitida; caso de importunação sexual é investigado em Gravataí

Suspeito identificado e funcionária demitida; caso de importunação sexual…

  A Delegacia da Mulher de Gravataí avança na investigação de um caso de importunação sexual cometido contra uma funcionária de…
Calibradores de pneus começam a ser instalados nas farmácias São João

Calibradores de pneus começam a ser instalados nas farmácias…

  Para facilitar a rotina dos condutores, a Rede de Farmácias São João inova ao disponibilizar aparelhos digitais para calibrar pneus…
Fundada em Gravataí há 10 anos, Robattini Corretora de Seguros celebra atuação em todo o país

Fundada em Gravataí há 10 anos, Robattini Corretora de…

  Com clientes em todo o país e um legado de transparência e credibilidade, a Robattini Corretora de Seguros, completa 10…