Conheça o Beto, o homem que produz miniaturas de ônibus, caminhões e ambulâncias

Conheça o Beto, o homem que produz miniaturas de ônibus, caminhões e ambulâncias
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Quem passa pela parada 68 da avenida Dorival pode até ter visto na calçada, alguns exemplares de veículos conhecidos em miniatura, mas na hora do rush é quase impossível parar para verificar essa arte mais de perto.
Quem confecciona as peças, é Carlos Pinto, de somente 45 anos. Mas aqui nós vamos o chamar de Beto, que é como o próprio gosta de ser chamado.

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IMG_0234Beto é casado com Raquel Della Maria, 42 anos que é açougueira de profissão. Dessa união nasceu os filhos Luciano, 24 anos que é técnico em eletrônica e estudante de direito, Pâmela, 21 anos, técnica em química e estudante de engenharia agroindustrial – agro química, e Gustavo de apenas 13 anos. Beto nasceu na capital gaúcha, se criou em Cachoeirinha e veio para Gravataí em 1988. A essas alturas, ele já era carpinteiro. Em 1991, ele conheceu sua esposa e faz questão de dizer onde: – Eu conheci a Raquel no antigo Stylus Club – comenta aos risos.

Em 92, Beto foi morar no Passo da Caveira, lá na parada 103 e junto com sua esposa, que estava grávida de Luciano (primeiro filho), os dois passaram dificuldades financeiras e não conseguiam trabalho por naquela época o bairro não ter um serviço de transporte coletivo abundante, inviabilizando possíveis contratações. Não restou opção como se mudarem para o litoral norte gaúcho, mais precisamente Capão da Canoa. Lá, Beto foi trabalhar na construção civil enquanto Raquel dava a luz à Luciano, e após foi trabalhar no comércio. Já de volta a Gravataí, o casal trouxe a Pâmela com 2 anos e seu irmão Luciano, com 4. Raquel trabalhou em supermercados e o seu Beto trabalhou como auxiliar de depósito em algumas lojas conhecidas.

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O começo do sucessoIMG_0242

Em 2002, Beto fazia modelos conhecidos de carros em miniaturas de isopor, mas inicialmente como hobby ou passatempo. Enquanto Beto trabalhava em uma indústria gráfica de Cachoeirinha, o artesão acabou transformando o que até então era um hobby por negócios: Ele recebia encomendas de seus carros por parte de colegas e conhecidos. Alguns anos mais tarde, a gráfica que Beto trabalhava dava sinais de que ia a falência e Beto acabou sendo despedido.

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Nos anos 2004/5, Beto começou a profissionalização de seu trabalho. Saia de cena o isopor, e entrava no seu lugar o Eucatex na produção de seus brinquedos, pois segundo o artesão as miniaturas iam parar na mão de crianças e o material seria mais resistente contra quebra. Sua filha Pâmela lembra na entrevista, que o pai já foi notícia na mídia. A família toda saiu nas lentes da RBS TV nos extintos programas Teledomingo e Patrola, este último sendo a própria apresentadora, a Rodaika que fez a entrevista. Também saíram na TV Pampa e no SBT RS.A partir daí tudo mudou: choveu encomendas não só de ônibus, mas de qualquer modelo de outros veículos inclusive com a personalização do nome do cliente. Mas Beto faz uma ponderação:  Só não faço Fusca. Não tenho o material certo para fazer os cortes.

 As vendas do artesanato e as dificuldades

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Beto começou então a expor seus ônibus na praça Governador Leonel de Moura Brizola, mais conhecida como Praça do Quiosque. Não demorou muito e os fiscais da prefeitura de Gravataí apareceram e queriam arrumar problemas.
O artesão então saiu do ponto e foi expor seus produtos na parada 79, em frente a empresa RGE. Mas Beto também saiu dali, porque havia se mudado do Rincão da Madalena para o Nossa Chácara e próximo dali havia um ponto bem melhor para suas vendas. É onde Beto expõe e trabalha atualmente. O artesão explica que o ponto atual é privilegiado tanto para fabricar as peças, quanto para vendêlas.

 

 

Beto não esquece até hoje do tratamento que recebeu da prefeitura de Gravataí: – Eu paguei R$ 15,00 para ter a Carteira de Artesão e tive que montar um ônibus meu do zero na frente de uma equipe da prefeitura. Eles disseram na minha cara que “aquilo” não era artesanato e depois de 3 meses mandaram um papel dizendo “o trabalho ficou indefinido como artesanato”. O artesão foi jogado na ilegalidade, pois mesmo tendo considerável aceitação popular, o seu trabalho não podia ser exposto em nenhuma feira como por exemplo a Expointer e o Brique da Redenção.

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Seu relacionamento com a Sogil

IMG_20160509_191237595Beto garante que foi dos melhores. Diz que foi chamado na empresa e que recebeu apoio moral da diretoria para continuar seu trabalho: – Quando eles me chamaram lá na 96, eu achei que era para me repreender por fazer as réplicas dos ônibus. Mas não, eles me deram o maior apoio. Já não posso dizer o mesmo da prefeitura.

 

 

A família toda sempre esteve envolvida na produção dos carros. Daí surgiu o nome da empresa de Beto: Pais e Filhos Brinquedos. No começo, o artesão usava o espaço do quarto da filha, Pâmela para dar conta das encomendas. Hoje, o irmão de Pâmela usa seus dotes profissionais para ajudar o pai. Luciano, que tem curso no SENAI, implantou a parte eletrônica dos veículos que seu pai produz. Isso quer dizer que o Beto pode colocar faróis na dianteira e na traseira dos carrinhos, caso o cliente deseje.

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O resultado é, que com apenas algumas pilhas colocadas embaixo do carrinho, os faróis e as lanternas acendem como se fosse um carro de verdade. Atualmente só Beto trabalha ativamente na Pais e Filhos, com alguma ajuda da esposa e dos filhos, sendo que cada um tem sua profissão. O artista aceita encomenda de ônibus com pintura de qualquer empresa, além de ambulâncias, caminhões e carros. Todas as peças tem um ano de garantia direto com o artesão.

Você pode encontrar o trabalho exposto na parada 68 da Avenida Dorival de segunda a sexta-feira, das 07:30 às 19:30

Contatos: 51 8591-0012/9717-4684
[email protected]
Os valores variam de R$ 35 a R$ 150 a unidade

Texto/Foto: Andreo Fischer – Giro de Gravataí

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