Como um caso de furto de animal desencadeou assassinatos e torturas entre duas famílias em um bairro de Gravataí

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Morte de Silmar no dia primeiro de janeiro já era tratada como vingança pela polícia | Foto: Polícia Civil

O caso é complexo, e exige um esforço metal para entender os crimes e a dinâmica em uma verdadeira guerra travada por duas famílias do bairro Novo Mundo, em Gravataí. Durante três meses, a investigação da Delegacia de Homicídios, através do desaparecimento de dois homens no dia 31 de dezembro, conseguiu identificar uma série de outros crimes que envolviam o sumiço deles.

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Foi no dia 31 de dezembro que as vítimas; Claudemir de Jesus e Abel Cristian Ferreira da Rosa desapareceram após terem ido pescar próximo do Rio Gravataí, naquela mesma localidade. De acordo com a investigação, eles teriam sido capturados, torturados e mortos com golpes de facção, acusados de furto de cavalos na região. O corpo dois dois foi localizado no dia 15 de fevereiro. Familiares identificaram como sendo os corpos de Claudemir e Abel.

Torturas para vingar morte da dupla

O irmão de Claudemir, identificado pela polícia como Vilmar Correa de Souza, acompanhado de seus filhos; também indiciados e já na condição de foragidos, Vagner Brum de Souza e Cleiton Brum de Souza, além de um outro irmão que já está preso, decidiram investigar por conta própria a morte da dupla, e chegaram até membros de uma família, também moradora da região.

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Conforme o delegado responsável pelo caso, Eduardo do Amaral, o trio pegou um dos vizinhos e levou até o rio para mostrar aonde estavam os desaparecidos. Agredido com pedaços de pau e ameaçado com faca, ele foi levado para a casa do outro irmão de Vilmar, identificado como Moisés de Jesus de Souza. “Ele foi levado até o rio para mostrar aonde tinham deixado os corpos, mas essa pessoa não teve participação no homicídio da dupla. Sem conseguir nada dele, teriam ido com ele até a casa do Moisés aonde ficou a madrugada inteira, sendo ameaçado, golpeado por chutes, agredido com objetos. Tudo isso para vingar, ou identificar o autor da morte de seu parente”, contou Eduardo.

A primeira execução de 2019 na cidade

Não satisfeitos, e ainda na busca pelo autor do duplo homicídio, Moisés, irmão de Vilmar – indiciado por tortura e cárcere privado, também tentou fazer justiça com as próprias mãos. Acompanhado de Micael Boch Feijó – foragido pelo crime, avistaram um parente dos supostos autores, que trafegava com seu veiculo VW/Gol em uma rua do mesmo bairro. Segundo a polícia, Vilmar e Micael abordaram o condutor, identificado como Silmar de Jesus Ramos, de 20 anos, e efetuaram apenas um disparo na vítima, que morreu no local, registrando o primeiro homicídio de 2019.

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Desdobramentos

Durante três meses, os investigadores de Gravataí juntaram o verdadeiro quebra-cabeça para entender o enredo. Ainda segundo o delegado Eduardo do Amaral, são 12 pessoas indiciadas. Sete delas estão foragidas pelos crimes de duplo homicídio, tortura e cárcere privado ( Vilmar Correa de Souza, Vagner Brum de Souza, Cleiton Brum de Souza e Sidnei Ferreira Marcelino) e homicídio qualificado (Moisés de Jesus de Souza e Micael Boch Feijó).

Além deles, a polícia também identificou como autor da morte da dupla no rio, Luiz Ricardo Garcia Pires, Jefter Luiz Miranda Garcia e Júlio Cezar Machado Garcia, que já estão presos. “Foram três meses de investigação para entender tudo isso. Confirmamos, inclusive com testemunhas de um dos irmãos, que os dois – mortos no rio, estariam fazendo o furto de animais na região. Depois disso, a família da vítima começou uma caçada atrás dos envolvidos, sobrando para todo mundo”, conclui o delegado.

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O inquérito deverá ser remetido nos próximos dias. A Polícia Civil pede que qualquer informações sobre a divulgação dos foragidos poderá ser repassado através de denúncia anônima pelos telefones da Delegacia de Homicídios de Gravataí (51) 3945-2741 ou pelo Whatsapp (51) 986088876 .

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