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- 13 de janeiro de 2017
Acusado de matar haitiano em Gravataí havia sido solto após prisão de delegado; entenda o caso
Jemps Jannier, de 34 anos, deixou seu país há cerca de um ano, onde veio para o Brasil em busca de uma vida melhor. Com a esposa e uma filha no Haiti, Jemps imaginava que futuramente poderia trazer todos os familiares para o município e começar uma vida mais confortável, porém na noite do dia 30 de dezembro o sonho de Jemps foi interrompido.
Haitiano foi morto de forma brutal
No local onde Jemps morava com um grupo de haitianos, ficou apenas lembranças de um homem alegre e trabalhador. A vítima estava em sua cama quando o acusado invadiu o cômodo entrando em luta corporal com Jemps e o matou com diversos golpes de faca.
O crime chocou a comunidade onde o haitiano vivia com outros imigrantes. O medo e a impunidade ficam visíveis, ainda que o criminoso que é acusado de outros homicídios está solto e não mede esforços para executar suas desavenças. A crueldade é tanta que até os vizinhos e alguns parentes tem medo do acusado.
“Alguns parentes têm medo dele. Ele age de forma fria e, como é usuário de drogas, não se importa de matar alguém por dez ou vinte reais. Queremos pôr ele atrás das grades porque sabemos da periculosidade do mesmo e temos a consciência de que ele vai cometer outros crimes para sustentar o vício”, contou um policial civil responsável pela investigação.
Sorte: Acusado foi solto por determinação de juiz após prisão de delegado
Após a divulgação da identidade e da extensa ficha criminal do acusado, a pergunta era por que Isaias Soares de Bairros estava solto. Ele havia sido preso no município de Alvorada após tentativa de roubo a residência. No dia 16 de maio de 2016, ele foi encaminhado ao Presídio Central, onde ficou exatos 30 dias.
Ainda em maio, a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) desarticulou uma quadrilha formada por um delegado, um policial militar e uma advogada. Conforme a própria Polícia Civil, o delegado que havia prendido Isaias era acusado de extorquir familiares de presos em flagrante. Assim, o valor da falsa fiança era dividido entre ele e os demais integrantes da quadrilha.
Poucos dias após a prisão do delegado, um juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Alvorada contestou as prisões lavradas pelo delegado e mandou que fosse feita a soltura de alguns detentos cujas prisões o magistrado julgava suspeitas. Isaias havia sido um dos “contemplados” com a ordem e, no dia 15 de junho, ganhou liberdade.
Procurado de número 1
Os telefones 3945-2741 e 98608-8876 (WhatsApp) estão à disposição da população. A identidade dos denunciantes será preservada pela polícia. A Polícia Civil também dispõe de um espaço em seu site para denúncias (clique aqui).